Isso porque a economia andou de lado de janeiro a junho. No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos três meses seguintes, analistas de mercado acreditam que o índice ficará entre uma queda de 0,2% e alta de 0,2%. Ou seja, perto da estagnação.
Para o economista Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), o resultado não é animador. ;Ainda é muito fraco. O país praticamente criou o mesmo número de vagas que em 2018, quando 392 mil empregos foram gerados. A variação é muito pequena;, disse.
O economista sênior do Banco Haitong, Flavio Serrano, destacou que, mesmo que o número de criação de vagas tenha sido maior do que o esperado em junho, a dinâmica é de enfraquecimento, o que reforça a perspectiva de estagnação. ;Junho foi bom, mas ainda é modesto. A recuperação da atividade econômica deve ocorrer no segundo semestre, com a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que deve ter impacto positivo no consumo. O varejo, que emprega mais pessoas, pode refletir nos dados do Caged. Mas isso deve ocorrer apenas no último trimestre do ano;, declarou.
Para o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, além de injetar recursos na economia, a medida provisória do FGTS estabeleceu mudanças para diminuir a rotatividade nas empresas. ;É uma medida estrutural que impactará muito positivamente a curto e a longo prazos a economia brasileira. De imediato, são liberados R$ 30 bilhões e, ao longo de 10 anos, isso vai gerar quase três milhões de novos empregos;, afirmou o secretário.
Intermitente
Seis setores tiveram resultado positivo em junho, enquanto dois tiveram fechamento de postos de trabalho. O melhor desempenho foi do de serviços, como 23 mil postos criados, já a indústria de transformação fechou 10.988 vagas.De acordo com o Ministério da Economia, a modalidade de trabalho intermitente, criada na reforma trabalhista, teve saldo positivo de 10.177 empregos em junho, sendo 15.520 admissões e 5.343 desligamentos. O estoque de trabalhadores formais subiu para 38,82 milhões, o maior número para junho desde 2017.