Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY sobem, de olho em dirigentes do Fed, EUA-China e giant techs

As bolsas de Nova York encerraram a sessão desta quinta-feira, 18, em alta, repercutindo sinalizações "dovish" de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia. Investidores também monitoram as tensões entre Estados Unidos e China e acompanharam as medidas de governos com relação a grandes empresas do setor tecnológico. O índice S 500 fechou em alta de 0,36%, aos 2.995,11 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,27% para 8.207,24 pontos. Já o índice Dow Jones fechou praticamente estável aos 27.222,97 pontos, com variação positiva de 0,01%. O presidente da distrital do Fed de Nova York, John Williams, ressaltou hoje a necessidade de "ação rápida" por parte de bancos centrais quando há sinais de "aflição" e "condições econômicas adversas", e defendeu ainda que os juros baixos devem ser mantidos por mais tempo. Williams baseou seus argumentos em um estudo conduzido por ele próprio há mais de uma década. Por sua vez, o diretor da distrital de St. Louis, James Bullard, foi mais enfático e afirmou que um corte dos juros em julho seria "uma boa oportunidade" de elevar a inflação à meta de 2%. Já o vice-presidente do Fed, Richard Clarida, foi mais cauteloso em sua fala e disse acreditar que a baixa inflação americana é um fenômeno transitório, mas ele também pontuou que o trabalho do banco central envolve tomar "medidas preventivas" para evitar dados "muito ruins". Na esteira dos discursos dos dirigentes, as apostas de investidores em um corte de 50 pontos-base nos juros já na reunião de política monetária do dia 31 de julho superaram 60%, segundo os contratos futuros dos Fed funds monitorados pelo CME Group. "Mesmo que o Fed corte juros apenas uma vez em 2019, o mero fato de haver acomodação depois do aumento da taxa em dezembro representa uma mudança significativa na política monetária e na perspectiva econômica", avalia a analista Kathy Lien, da BK Asset Management. Do outro lado do Atlântico, na França, representantes do G7 discutiram a possibilidade de aplicar impostos internacionais sobre produtos digitais. O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, defendeu a imposição de impostos de 3% sobre as receitas de gigantes como Google e Amazon, gerando atritos com os EUA. Os setores de tecnologia e serviços de comunicação têm sido destaque nos pregões e no noticiário nesta semana. As ações da Netflix despencaram 10,27% com o anúncio de que a companhia ganhou 2,7 milhões de assinantes no segundo trimestre do ano, frustrando previsões de analistas de mais de 5 milhões. Com isso, Netflix perdeu US$ 16 bilhões em valor de mercado somente no dia de hoje. Já a Amazon recuou 0,71%, em meio a acusações variadas de práticas anticompetitivas feitas pelo governo alemão, União Europeia (UE) e pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Entre outras ações de peso no mercado americano, Facebook caiu 0,51% e Alphabet (Google) subiu 0,04%. Além disso, a Boeing recuou 2,28% no pregão de hoje após uma reportagem da Bloomberg News relatar vulnerabilidade técnica a sinais de celular nos sistemas de alguns modelos de aeronaves. No cenário internacional, a atenção do mercado se voltou para as incertezas causadas pela disputa comercial entre Washington e Pequim. Mesmo que o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, tenha sinalizado a possibilidade de uma nova rodada de negociações, a notícia de um projeto no Senado para proibir a chinesa Huawei de negociar patentes americanas trouxe novas dúvidas sobre a proximidade de um acordo entre as duas potências.