Economia

Brasil defende um "novo Mercosul"

Correio Braziliense
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postado em 18/07/2019 04:04
Bolsonaro (c), com os líderes de países sul-americanos, quando o Brasil assumiu a Presidência do Mercosul

O Brasil assumiu a presidência rotativa do Mercosul, ontem, durante o encerramento da 54; Cúpula, em Santa Fé, na Argentina. Na cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, defenderam a construção de um ;novo Mercosul; durante os seis meses da Presidência brasileira, buscando novos acordos comerciais. No fim de junho, o Mercosul finalmente fechou o acordo de livre comércio com a União Europeia, após 20 anos de negociações.

;Estamos usando justamente todas as possibilidades, todas as janelas de oportunidade, para uma maior abertura;, disse Guedes. ;O que a gente pode esperar agora é uma série de acordos internacionais com outras regiões dinâmicas do mundo;, disse, citando como exemplo a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco com o qual o Mercosul negocia desde 2017, o Canadá e a Coreia do Sul.

O ministro ainda defendeu um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, com o qual o Brasil deverá iniciar, em breve, conversas, o que beneficiaria os demais países do bloco. ;Seria um desperdício o Mercosul não negociar com os Estados Unidos, porque o presidente Donald Trump tem um instrumento para negociar acordos de livre comércio;, destacou o secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.

Para o ministro da Economia, ;o Mercosul mudou; e deixou o viés ideológico que ;serviu para fechar a economia brasileira;. Agora, segundo ele, o bloco está mudando para ser ;uma ferramenta para integrar as economias latino-americanas em torno de maior crescimento, maior abertura e competitividade e produtividade;.

Em comunicado sobre a presidência pró-tempore brasileira do Mercosul, o Itamaraty destacou como prioridade do país, além de intensificar a negociação de acordos comerciais, a redução da Tarifa Externa Comum (TEC), cuja média é de 13% a 14% sobre as importações, quase o dobro da média mundial, de 6,5%.

As autoridades, no entanto, não precisaram quando essa redução da TEC vai acontecer, mas existe uma expectativa do mercado de que ocorra dentro de quatro anos, de forma gradual, tanto no âmbito do Mercosul quanto em relação à União Europeia.

Para especialistas, no entanto, reduzir a TEC será um dos maiores desafios do governo brasileiro na Presidência do bloco. ;O grande êxito da Argentina durante a presidência do Mercosul foi o acordo com a UE. Agora, para o Brasil, será complicado conseguir avançar com a redução da TEC durante o processo eleitoral argentino. O governo vai precisar ser bastante habilidoso;, afirmou Welber Barral, conselheiro e sócio-fundador da BMJ Consultores Associados.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, lembrou que, para o país ter ganhos efetivos no acordo com a União Europeia, é preciso diminuir o custo Brasil, que encarece em média 30% os produtos brasileiros. ;Sem reduzir o custo Brasil, que exige privatizações, investimento em infraestrutura e reforma tributária, o país não vai recuperar competitividade e não haverá aumento de exportações para o mercado europeu;, frisou. (RH)


  • Roaming: fim da cobrança em 30 dias

    Ontem, durante o último dia da 54; Cúpula do Mercosul, os chanceleres do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai assinaram o acordo que elimina a cobrança de encargos de roaming internacional entre os países do bloco sul-americano. Com essa medida, os usuários dos serviços de telefonia móvel desses países não precisarão contratar pacotes ou levar susto com a fatura na volta de viagem ao Mercosul. As tarifas sobre o deslocamento internacional variam entre as operadoras, que costumam oferecer pacotes. Contudo, sempre há um adicional por cada minuto ou megabyte de dados excedidos da franquia contratada. O acordo entrará em vigor em 30 dias ;após a data de ratificação do instrumento em cada país;.

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