A liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquecer a economia é positiva, na avaliação de analistas. Para alguns, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), atualmente em 0,81%, de acordo com projeções do mercado, poderá se aproximar novamente de 1%. Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), entende que os saques podem dar impulso à atividade econômica, mas ressaltou que não sustenta um crescimento muito maior.
Mesmo que os recursos não sejam destinados ao consumo, ela avalia que o pagamento de dívida aumenta a possibilidade de poupança e a confiança das famílias. O gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou que a economia está em semiestagnação. ;Não é a solução para a pavimentação de uma economia sólida, mas enquanto a agenda não dá frutos, é justificável a alternativas de curto prazo;, defendeu.
Há, porém, ponderações no setor de construção civil sobre o impacto da saída de recursos do FGTS. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, defendeu que existe um compromisso do governo de que as medidas em nada afetarão os recursos destinados para o financiamento imobiliário. ;Estão dizendo que, se abrirem a torneira para saque, fecham algum outro tipo de retirada. Existem compromissos, orçamento e contratos. Hoje o setor está pedindo água para sobreviver;, disse.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos, afirmou que, em tese, a medida não é boa. ;Trata-se de dinheiro utilizado para a construção de moradias do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que movimenta, hoje, entre 70% a 80% do mercado de construção imobiliária brasileiro. Todavia, aspectos como o percentual da quantia a ser liberada sobre o montante total do fundo e a necessidade de se movimentar a economia precisa ser levado em conta.; (HF)