A agenda fraca internamente dá espaço para um sobe-e-desce moderado do Ibovespa nesta terça-feira, 16, que na segunda fechou com queda de 0,10%, aos 103.802,69 pontos. As discussões sobre a reforma da Previdência seguem no radar, mas com menos intensidade, já que os parlamentares se preparam para entrar oficialmente no recesso a partir de quinta-feira. Ainda que a proposta de novas regras previdenciárias tenha sido aprovada em primeiro turno, há dúvidas em relação ao tamanho da economia a ser gerada.
Após abrir em baixa e atingir a mínima aos 103.805,39 pontos, o Ibovespa passou a subir, apesar da ligeira queda da maioria das bolsas norte-americanas. Às 10h57, o índice subia 0,20%, aos 104.014,80 pontos. A alta na B3 é amparada pela Vale ON, acima de 1,00%, reagindo ao aumento do minério de ferro. A valorização dos papéis da mineradora vem após acordo realizado com o Ministério Público do Trabalho, que estabeleceu pagamento individual de R$ 700 mil aos parentes das vítimas da tragédia de Brumadinho (MG).
Após o entusiasmo com a aprovação do texto da proposta de reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara, levando o Ibovespa a subir cerca de 6 mil pontos em pouco menos de um mês, a avaliação de especialistas é a de que o momento é de acomodação. Esse desempenho pode durar até que a reforma seja votada no Senado, em meados de agosto ou setembro, conforme as previsões.
"A bolsa pode ficar de lado, com o mercado devagar. Como os investidores ficam em cima da reforma da Previdência, agora ficarão à espera de novidades, que provavelmente tende a ser a reforma tributária. Além disso, os próximos passos da Previdência ficarão para depois do recesso parlamentar", observa uma fonte.
O preço do minério de ferro no porto de Qingdao, na China, por sua vez, fechou com ganho de 0,61%.
O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada, reforça que o dia pode ser marcado por oscilações contidas nos ativos locais. Após a valorização observada nas últimas semanas, a existência de algumas etapas para a finalização da reforma da Previdência deve manter os investidores comedidos até o fim do recesso.
"Como ainda há o receio com novos destaques à reforma, que podem reduzir o impacto fiscal, os investidores devem adotar uma linha menos otimista, considerando os ganhos já ocorridos", cita em nota Campos Neto.