Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas da Europa fecham mistas, com expectativa com Fed e superávit da China

As principais bolsas europeias fecharam sem direção única, ainda operando sob expectativas de maior estímulo monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que impulsionam ganhos nos pregões em Nova York e na Europa. A alta do superávit registrada na balança comercial da China também favoreceu o mercado europeu nesta sexta-feira, 12. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,04%, a 386,85 pontos, com variação negativa de 0,42% na comparação semanal. Ao longo da semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou diversas vezes que a perspectiva econômica para os Estados Unidos vem sido pressionada por incertezas causadas por tensões comerciais e projeções de desaceleração do crescimento mundial. Em depoimentos ao Congresso americano, Powell declarou que a política monetária dos EUA "não está tão acomodatícia" quanto o Fed pensava, alimentando previsões de um corte na taxa de juros ainda em julho. Já o superávit comercial da China, de US$ 50,98 bilhões em junho, superou as previsões de US$ 42 bilhões de analistas, segundo dados publicados pelo governo chinês, o que ajudou a aliviar parte das preocupações do mercado quanto a um forte desaquecimento da economia global. Além disso, a produção industrial da zona do euro no mês passado também avançou mais do que o esperado, contribuindo para altas nas bolsas da Europa. As exceções aos ganhos no continente europeu foram as bolsas da Alemanha e do Reino Unido. Em Frankfurt, as perdas foram parcialmente contidas pelas automobilísticas BMW (+1,0%) e Volkswagen (+1,05%), após esta última anunciar investimentos no carro autônomo da Ford, e pela recuperação de parte do setor químico desde o alerta de lucros emitido pela Basf (+1,21%) na terça-feira, com ganhos também da Covestro (+2,56%), Linde (+1,06%) e Henkel (+0,71%). Entre os papéis mais negociados, porém, Adidas caiu 0,63%, Alianz recuou 0,16% e Bayer registrou perda de 0,52%. Ainda assim, o índice DAX fechou em queda de 0,07%, a 12.332,12 pontos, acumulando baixa de 1,95% desde a semana passada. Já em Londres, o pregão britânico foi sustentado em parte por ganhos das construtoras Persimmon (+4,54%), Barratt (+2,05%) e Taylor Wimpey (+1,83%), mas não impediu o recuo do índice FTSE 100 de 0,05%, a 7.505,97 pontos, com recuo semanal de 0,62%. Entre os bancos britânicos, Lloyds caiu 0,14% e Barclays teve baixa de 0,47%. Segundo o economista Juan Manuel Herrera, do Scotiabank, o cenário do comércio exterior e as incertezas quanto ao Brexit continuam a pesar sobre os investimentos das empresas no Reino Unido, enfraquecendo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Na bolsa de Paris, por outro lado, o índice CAC 40 avançou 0,38%, a 5.572,86 pontos, 0,37% a menos do que o fechamento da sexta-feira, 5. O setor automobilístico tem aquecido a indústria francesa, segundo o economista-chefe para Europa da Capital Economics, Andrew Kenningham, o que se refletiu em papéis mais valiosos da Peugeot (+1,90%), Renault (+0,95%) e Michelin (+1,66%). Além disso, a empresa de hotéis Accor (+5,42%) liderou os ganhos desta sexta-feira no Stoxx 600. O segmento de automóveis também ajudou a impulsionar a bolsa de Milão, onde o índice FTSE MIB teve alta de 0,06%, a 22.182,70 pontos, registrando avanço semanal de 0,90%. Entre as altas do pregão italiano estiveram Pirelli (+2,94%), Fiat (+1,91%) e Ferrari (+0,10%). Na bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 avançou 0,68%, a 5.221,17 pontos, com ganho de 0,55% na variação semanal. Já a bolsa de Madri registrou alta do índice Ibex 35 de 0,14%, a 9.293,20 pontos, um recuo de 0,45% desde o último fechamento da semana passada.