O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira, 12, que não houve erro "nenhum" de política econômica do atual governo. Sachsida havia sido questionado, durante coletiva de imprensa, sobre o fato de o ministério ter reduzido em um terço a projeção de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, desde o início do ano. A projeção atual é de alta de 0,8%.
De acordo com Sachsida, as revisões ocorreram porque os erros econômicos cometidos antes de 2016 "estão ficando cada vez mais claros". Para o secretário, houve problemas de alocação de recursos nos governos anteriores.
"Quando você coloca dinheiro em um estádio, você deixa de usar o dinheiro em outros setores, como hospitais, estradas", exemplificou, lembrando que também é preciso colocar recursos todo mês para a manutenção do estádio. "E no lugar do estádio não tem um shopping", acrescentou, ao avaliar os impactos indiretos para a atividade. "Da mesma maneira que falo de estádio de futebol, ocorreram erros em vários outros setores", acrescentou. Sachsida disse ainda que, quando o governo começa a corrigir o problema de má alocação, surgem outros problemas.
O secretário pontuou ainda que a magnitude e a velocidade que os problemas fiscais e de má alocação ocorreram surpreenderam. Por isso, houve revisão em projeções.
Ao tratar das revisões para o PIB, o subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, pontuou que uma série de problemas surgiu em 2019. Mais cedo, ele já havia citado quatro fatores que prejudicaram a atividade este ano: as intempéries no setor agrícola; o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho-MG; a desaceleração global; e a expectativa em torno da reforma da Previdência.
"Todos foram revendo projeções a partir das novas informações", disse Teles. "Não tem como antecipar informação que você não tem", acrescentou.
Sachsida e Teles participaram de entrevista coletiva a respeito dos novos parâmetros do Ministério da Economia para a atividade e a inflação em 2019.