O mercado de câmbio teve um dia volátil nesta quinta-feira, 11, mas acabou fechando com a quarta queda consecutiva, ainda influenciado pelo exterior e perspectiva positiva com a reforma da Previdência, apesar da demora para a votação dos destaques na Câmara. A moeda americana caiu ante a maioria dos emergentes hoje, com os agentes apostando em corte mais forte de juros nos Estados Unidos. Aqui, o dólar à vista fechou em baixa de 0,15%, a R$ 3,7510.
O dólar acumula queda de 2,4% este mês e o real é a moeda com que mais se valoriza em julho, em uma lista de 34 divisas. Mesmo com as quedas recentes, estrategistas de moedas veem tendência de a baixa do dólar continuar. O Morgan Stanley vê a moeda recuando para R$ 3,65 com a aprovação da Previdência.
"Vemos espaço para apreciação adicional do real", destaca o estrategista em Nova York para mercados emergentes do Crédit Agricole, Italo Lombardi, em relatório recomendando a aposta na moeda brasileira, que pode cair a R$ 3,65. "Temos sido otimistas com os ativos brasileiros desde que retornamos de uma recente viagem ao Brasil. A agenda de reformas tem progredido bem."
Inicialmente nesta quinta-feira, a dificuldade de votação dos destaques na Câmara causou certa apreensão nas mesas de câmbio, mas segundo operadores, a visão é de que poucos devem passar e os aprovados devem ter impacto fiscal pouco relevante. O JPMorgan espera diluição adicional de R$ 27 bilhões no impacto fiscal, por conta do abrandamento das regras para policiais e para aposentadorias das mulheres.
"Não vejo razão para pessimismo com os destaques", afirma o sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra. Para ele é possível que o dólar teste níveis perto de R$ 3,70 nos próximos dias se a reforma seguir avançando. Ele ressalta ainda que o otimismo com a Previdência vem em paralelo ao exterior mais positivo, com os agentes esperando um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
No mercado doméstico, na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 3,73. Operadores comentam que investidores, como tesourarias de bancos e fundos de investimento, aproveitaram a baixa cotação para comprar a moeda e também recompor parte de posições defensivas nos mercados futuros, que haviam sido reduzidas nos últimos dias. Com isso, o dólar passou a subir, chegando a R$ 3,76 na máxima do dia.