O porcentual de famílias endividadas subiu pelo sexto mês consecutivo em junho, atingindo o maior nível desde julho de 2013, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em contrapartida, segundo a pesquisa, diminuiu o porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso.
O endividamento cresceu 0,6 ponto porcentual em junho em relação a maio, e na comparação anual - com junho de 2018 -, o aumento foi de 5,4 pontos porcentuais. Apesar do aumento do endividamento das famílias, que chegou a 64,0%, a Peic identificou uma queda no número de famílias com dívidas ou contas em atraso, tanto na comparação mensal quanto na anual.
O cenário reflete as condições ainda favoráveis de juros e prazos, demonstrando uma melhora no perfil das dívidas. O índice das famílias que declararam que não teriam condições de pagar suas dívidas e permaneceriam inadimplentes ficou estável na comparação mensal, em 9,5%.
Na comparação anual, as famílias se mostraram menos otimistas em relação à capacidade de pagamento, com crescimento de 0,1 ponto porcentual em relação a junho de 2018 (9,4%).
A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou entre os meses de maio e junho, de 12,9% para 13,0% das famílias. Já na comparação anual, houve estabilidade.
Também aumentou a parcela das famílias mais ou menos endividadas, de 22,4% para 23,1%, mas o destaque é para o aumento entre os que se declararam pouco endividados, de 23,2% para 27,6% das famílias.
O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,0 meses, sendo que 24,7% delas estão comprometidas com dívidas até três meses; e 32,1%, por mais de um ano.
Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas ficou estável, na comparação anual, em 29,5% em junho de 2019, e 21,1% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.