Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa sobe 0,42% e renova recorde



A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) bateu recorde pelo terceiro pregão consecutivo, na expectativa da votação, pelo plenário da Câmara, da reforma da Previdência. Ontem, o Ibovespa, principal índice da B3, atingiu os 104.530 pontos, com alta de 0,42%. O mercado externo em baixa teve pouca influência no resultado do dia.

Para o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, o mercado reflete o otimismo com o andamento das mudanças nas aposentadorias e pensões. ;Tínhamos tudo para ter um resultado pior com a baixa no mercado internacional, mas a bolsa operou no positivo desde a quinta-feira, quando a proposta foi aprovada na comissão. Agora, começamos a contar o tempo para a votação na Câmara antes do recesso, que começa dia 18 e segue até o começo de agosto;, diz.

Com os ânimos acalmados após a trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, e a expectativa do início das conversas entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping nesta semana, e a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ceda à pressão do mandatário norte-americano e reduza a taxa de juros no país, além do otimismo interno com a reforma, levaram o dólar a cair 0,24%, e fechar cotado a R$ 3,81.

Focus
Analistas ouvidos pelo Banco Central reduziram mais uma vez a previsão de crescimento para a economia em 2019, segundo os dados divulgados do relatório Focus. Essa é a 19; queda consecutiva na previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Enquanto a projeção passou de 0,85% para 0,82%, a estimativa para a inflação se manteve em 3,80% e, pela primeira vez no ano, o mercado reduziu a previsão de inflação de 2020 de 4% para 3,98%, como reflexo da baixa atividade econômica.

Para Marcel Balassiano, pesquisador sênior da Fundação Getulio Vargas, o que chama a atenção é a constância de revisões para baixo. ;O problema da atividade não é somente juros, de forma que a política monetária faça com que a economia se fortaleça. Assim como não só a Previdência, por isso outras reformas são importantes para um aquecimento mais forte no futuro.; Segundo ele, a expectativa de médio prazo é positiva. Balassiano ressaltando que a recuperação será lenta e gradual.

O pesquisador chama atenção para as taxas de juros e inflação. ;A Selic vai fechar o ano um pouco mais baixa do que o nível de agora. Com a inflação corrente baixa, o BC pode vir a abaixar mais um pouco os juros, existe o risco das reformas, obviamente, mas o cenário está cada vez mais positivo para aprovação. E caso a inflação se concretize, será o terceiro ano abaixo da meta;, disse.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira