O real se descolou de outras moedas emergentes e ganhou força ante o dólar nesta segunda-feira, 8, dia em que a moeda americana subiu no mercado financeiro internacional ante divisas de países desenvolvidos e outros como África do Sul, Turquia, Índia e Colômbia. O otimismo com a possível votação da reforma da Previdência ainda esta semana pela Câmara animou os investidores e fez o dólar operar todo o pregão em queda. O dia, porém, foi de poucos negócios no mercado de câmbio, por causa do feriado em São Paulo nesta terça-feira. O dólar à vista fechou em queda de 0,26%, a R$ 3,8081.
Declarações de membros do governo e do Congresso animaram os investidores sobre as perspectivas da reforma da Previdência. A líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que acredita que a reforma será aprovada em dois turnos na Câmara até sexta-feira. A parlamentar acredita que o placar vai mostrar "um pouco mais" de 340 votos a favor.
"Há uma chance maior de votação da Previdência antes do começo do recesso parlamentar, em 18 de julho, na medida em que parece haver um amplo entendimento entre os legisladores sobre a necessidade da reforma", observam os estrategistas do JPMorgan nesta segunda-feira. "A reforma da Previdência está pronta para aprovação na Câmara", destacam os analistas do Goldman Sachs, observando que o texto precisa ser aprovado em duas votações. "A primeira destas duas pode ocorrer esta semana."
O sócio e diretor de investimentos da gestora Tag Investimentos, Dan Kawa, avalia que há "sinais positivos" de aprovação antes do recesso, mas observa que há "probabilidade elevada" de parte dessa aprovação já estar nos preços dos ativos. "Mas acredito na continuidade de um bom desempenho estrutural dos ativos do Brasil passada a reforma", destaca ele, ressaltando que os obstáculos para uma melhora ainda maior seguem no cenário exterior, sobretudo por causa da desaceleração da economia mundial.
No mercado internacional, o dólar subiu perante divisas fortes, como o euro e a libra, e da maioria dos emergentes ainda refletindo a visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai cortar os juros em ritmo menos intenso do que o esperado. A razão é que a economia americana ainda mostra força, sobretudo após os dados melhores que o esperado do mercado de emprego dos Estados Unidos em junho. O peso mexicano e o real ficaram entre as poucas moedas que se valorizaram ante o dólar nesta segunda.