Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas da Europa caem, com menor pressão sobre Fed e Deutsche Bank no foco

As principais bolsas europeias fecharam em baixa nesta segunda-feira, 8, em meio ao receio de que a expansão do mercado de trabalho nos Estados Unidos maior que a prevista em junho reduza a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para cortar juros. Além disso, o anúncio da profunda reestruturação do banco alemão Deutsche Bank pesou sobre os pregões da Europa. Na sexta-feira, dados acima do esperado sobre criação de empregos nos EUA causaram nos investidores a percepção de menor urgência para que o Fed reduza juros, gerando um impacto negativo nas bolsas americanas e que também repercutiu nos pregões do outro lado do Atlântico. O mercado, que já precificou um corte de juros em julho, aguarda agora por sinalizações sobre política monetária nas falas do presidente do Fed, Jerome Powell, nos próximos dias. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,05% para 389,90 pontos. As perdas foram contidas pelo bom desempenho do setor energético, com o subíndice de óleo e gás no Stoxx 600 em alta de 0,65%, a 329,84 pontos. O programa de reestruturação do Deutsche Bank anunciado no domingo inclui cortes nos setores de investimentos e a extinção de cerca de 18 mil empregos. A iniciativa chegou a valorizar os papéis do banco na manhã desta segunda, mas a empresa fechou com recuo de 5,39%, pesando sobre o índice da Bolsa de Frankfurt DAX, que caiu 0,20% para 12.543,51 pontos. Para o ING Group, apesar da queda, as medidas que serão adotadas pelo Deutsche Bank serão positivas no longo prazo para a saúde financeira do banco. "Consideramos uma reestruturação substancial necessária para combater o desempenho fraco do banco", avalia a analista sênior de crédito do ING, Suvi Platerink. Ela, contudo, alertou para riscos envolvendo o maior banco da Alemanha. "Sabemos que as medidas envolvem riscos substanciais e tornam a empresa mais vulnerável." Na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,05%, a 7.549,27 pontos. As baixas foram limitadas, em parte, pelo forte desempenho do segmento de mineradoras. A valorização do minério de ferro em meio a preocupações com a oferta, particularmente em razão do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho em janeiro, impulsionou ganhos da Glencore (+1,69%), BHP (+1,88%), Rio Tinto (+1,66%) e Anglo American (+1,24%). Em Paris, o índice CAC 40 recuou 0,08% para 5.589,19 pontos. Na bolsa de Milão, por sua vez, o índice FTSE MIB fechou no vermelho com queda de 0,04%, a 21.976,00 pontos, revertendo parte dos ganhos expressivos da última semana, quando a Comissão Europeia decidiu não aplicar um procedimento punitivo devido ao alto endividamento público da Itália. Em Lisboa, o índice PSI 20 caiu 0,35% para 5.174,52 pontos. Já o índice Ibex 35, da bolsa de Madri, teve baixa de 0,54%, a 9.284,70 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.