"Mesmo antes da entrada em vigor do acordo, que deve levar algum tempo, já estamos começando a detectar impacto muito positivo em termos de atração de investimentos. Os investidores já enxergam o Brasil de uma maneira completamente diferente e já vão começar a se posicionar aqui em função desse acesso preferencial que nós ganhamos ao mercado europeu", afirmou durante live semanal com o presidente Jair Bolsonaro.
O ministro disse também que pretende acelerar a vigência do acordo, pelo lado brasileiro, assim que que ele for aprovado pelo Congresso Nacional.
"Vamos tentar que, dentro do Mercosul, a gente tenha um arranjo para que possa entrar em vigor assim que for aprovado em cada um dos parlamentos do bloco. Do lado da União Europeia não é possível essa entrada individual, mas do nosso lado é possível, vamos trabalhar para que isso possa ser feito dessa maneira, para que essas vantagens comecem a resultar o mais rapidamente possível", acrescentou.
O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual. Segundo os termos anunciados, produtos agrícolas de grande interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros produtos. O acordo também reconhecerá como distintivos do Brasil vários produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés.
As empresas do país serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. A indústria europeia também terá as tarifas eliminadas para vendas ao Mercosul, mas de forma escalonada ao longo dos anos. O acordo garantirá ainda acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros. Em compras públicas, empresas brasileiras obterão acesso ao mercado de licitações da União Europeia, estimado em US$ 1,6 trilhão. Os compromissos assumidos também vão agilizar e reduzir os custos dos trâmites de importação, exportação e trânsito de bens, segundo o governo federal.