Brasil e Argentina vão tentar conseguir um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, anunciou ontem o presidente argentino Mauricio Macri, ao apresentar o acordo alcançado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
"Daqui a alguns meses, vamos atrás do EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) e, antes do fim do ano, esperamos, do Canadá. No ano que vem, temos na agenda a Coreia e também estamos falando com o Brasil por um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos", afirmou o mandatário, sem dar mais detalhes, em um discurso diante de representantes das pequenas e médias empresas.
Macri celebrou o acordo entre o Mercosul e a UE após 20 anos de negociações. "Abre-se para nós um mercado de 500 milhões de consumidores. Então, a demanda sobre nossos produtos vai multiplicar e temos que nos preparar para produzir mais", afirmou. "Vamos precisar de mais funcionários, mais empresas, mais PMEs. Contra todos os medos que querem instalar, é mentira que esse acordo prejudica o mercado argentino. É um acordo que vai gerar empregos e que levou em consideração todas as inquietações", defendeu.
Transição
O acordo alcançado na semana passada entre UE e Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) agora deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos congressos de cada país dos dois blocos. "Depois dos dois anos que faltam para que todos os congressos aprovem, vêm processos de transição de 10 e 15 anos, prazos que conseguimos em uma negociação aberta, honesta e leal", destacou o presidente argentino.
;Um aspecto que pode colocar tudo a perder é a regra de origem. Se um país asiático, por exemplo, estabelecer uma fábrica na Europa, temos de assegurar que esse produto não seja acrescentado na lista de produtos autorizados a virem ao Brasil;
Heitor Klein, presidente executivo da Abicalçados