O ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que a reforma da Previdência deverá ser aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados antes do início do recesso parlamentar, que deverá se iniciar em 18 de julho. ;Eu acho que a Câmara vota, sim, antes do recesso;, afirmou, ontem, após participar de um evento da XP Investimentos em São Paulo.
;Essa é a primeira e a mais importante, porque essa vai tirar (a economia) do buraco negro fiscal que estava engolindo o Brasil. Agora vamos sair do buraco negro e vamos botar a economia para crescer com a ajuda do Congresso;, disse. Ao ser questionado sobre a tentativa de inclusão dos policiais nas regras diferenciadas, Guedes evitou admitir que o governo errou, mas reconheceu que o presidente Jair Bolsonaro foi ingênuo ao tentar atender o pleito dos oficiais.
;Eu fiz a minha parte. Agora é um problema político. Eles têm que resolver entre eles;, disse, minimizando a iniciativa de Bolsonaro de atender às demandas da categoria. ;Ele é um homem de coração grande. É grato em quem confiou nele. Sabe que, no início da campanha, estava com os militares que justamente protegeu ao longo de décadas. Ele é um homem transparente. É duro para ele quando passa uma reforma e tem que fazer ajustes duros para essas classes, principalmente, para quem é fiel a ele há anos;, afirmou. ;Mandamos a nossa reforma. Agora é respeito total ao Congresso;, completou.
;Trouxas;
O ministro arrancou aplausos da plateia paulista ao defender as privatizações e aumento da concorrência como forma de ajustar as contas para investimentos em serviços públicos, como segurança pública e saúde, fazendo uma analogia que é bastante comum em seus discursos. ;Somos 200 milhões de trouxas, explorados por duas empreiteiras, quatro bancos, seis distribuidoras e uma produtora de gás;, afirmou. Ele voltou a reforçar a necessidade de ajuste fiscal diante da elevada conta de juros, que chegou ao pico de R$ 450 bilhões ; o equivalente a um Plano Marshall, de reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial ;, mas vem diminuindo aos poucos.
Guedes também criticou a política de ;campeões nacionais; como um dos exemplos dos ;abusos; dos governos petistas. ;O presidente torce para um time, surge um estádio. O presidente gosta de um empresário, ele vira o maior empresário de proteína animal do mundo, o presidente gosta de outro, vira a maior empreiteira da América. Não é assim;, disse. Ao comentar sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, ele destacou que o governo terá dois anos para simplificar, eliminar e reduzir impostos.
Depois de pouco mais de uma hora e meia de palestra, o ministro foi aplaudido de pé pelo público presente ao evento. Na ocasião, ele reforçou a necessidade das reformas estruturais e defendeu o regime de capitalização.
- Saldo positivo na poupança
Depois de dois meses de retiradas, a poupança voltou a atrair o interesse dos investidores. Em junho, os depósitos superaram os saques em R$ 2,5 bilhões, de acordo com o Banco Central. O saldo, no entanto, é 55,7% mais baixo do que o do mesmo mês do ano passado, de R$ 5,64 bilhões. Com o resultado, a caderneta acumula saques líquidos de R$ 14,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2019. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$ 7,35 bilhões. Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 4,16%.