Após discutir detalhes sobre a reforma da Previdência em encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo vai liberar R$ 100 bilhões de compulsório, dinheiro dos clientes que os bancos não podem usar em operações de crédito e são transferidos para o Banco Central.
A decisão foi anunciada um dia depois de o BC divulgar a nova redução na alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 33% para 41%, o que representa liberação de R$ 16,1 bilhões aos bancos para dar maior incentivo a empréstimos.
;Estamos fazendo a desestatização do mercado de crédito. Estamos fazendo a devolução, despedalando os bancos públicos;, disse Guedes após almoço na residência oficial do presidente do Senado da qual também participou o líder do governo na Casa, senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
;Ontem (quarta-feira), já houve uma liberação de vinte e poucos bilhões de recolhimento compulsório para ampliar o crédito privado e vêm aí mais de R$ 100 bilhões de liberação de compulsório. Estamos encolhendo o crédito público e melhorando a alocação de recursos, expandindo o crédito privado;, explicou o ministro.
Segundo assessores de Guedes, a liberação dos R$ 100 bilhões ocorreria a longo prazo, uma vez que o montante corresponde a cerca um quarto do total de compulsório disponível no país atualmente. Ainda assim, a sinalização do ministro vai de encontro com o que é defendido pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ele declarou que a redução dos compulsórios foi tímida nos últimos anos e que há, sim, espaço para novas liberações. Informalmente, Campos Neto disse que os testes de estresse aplicados sobre o sistema financeiro dariam aval às liberações.