Na segunda-feira, em carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Joaquim Levy se demitiu da presidência do BNDES depois de ser criticado por Bolsonaro. No sábado, o presidente da República disse que o chefe da instituição estava com ;a cabeça a prêmio;. Bolsonaro estava insatisfeito com Levy por nomear técnicos que trabalharam no governo do Partido dos Trabalhadores e por demorar para abrir a ;caixa-preta do banco;. Levy foi substituído pelo economista Gustavo Montezano.
Paulo Rabello de Castro disse que, durante sua gestão, contratou a consultoria internacional para avaliar a gestão do BNDES. ;A qualificação do banco é muito positiva no cenário internacional;, disse. Segundo ele, a consultoria avaliou se os clientes da instituição eram adequados, ou seja, se eram qualificados para receber os empréstimos. ;Estão preocupados com ágio de centavos, quando as ações das empresas financiadas se multiplicaram e chegaram às alturas. A JBS, por exemplo, é hoje a maior empresa de proteína do planeta;, disse.
O economista afirmou ainda que a consultoria não encontrou erros de gestão em empréstimos a negócios em Cuba e na Venezuela. ;Os empréstimos não são para os países, mas para a produção. O banco financia engenharia, atividade econômica;, afirmou, e esclareceu que o objetivo da consultoria contratada era verificar a correção da gestão e não buscar uma organização criminosa. ;Não vi nada de desabonador. Foi uma gestão expansionista durante uma recessão internacional;, disse, em referência à administração do banco nos governos do PT.
;Não há nenhuma reclamação dos órgãos de controle. Ao contrário, só há elogios. E todas as informações estão disponíveis. Entre os bancos públicos, inclusive os internacionais, o BNDES é o mais transparente;, disse Luciano Coutinho, que presidiu a instituição entre 2007 e 2016.