Jornal Correio Braziliense

Economia

Moreira mudará relatório para deixar mais clara exclusão de trabalhador rural

O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse nesta terça-feira, 18, que fará uma correção no seu relatório para deixar mais claro que os trabalhadores rurais estão de fato fora da reforma. Embora as mudanças para as aposentadorias rurais tenham sido retiradas do texto, isso não ficou explícito nos trechos que tratam das regras de transição para regime geral da Previdência, da qual os trabalhadores rurais também fazem parte. A questão foi levantada na Comissão Especial pelo deputado Heitor Schuch (PSB-RS), que também questionou os argumentos do governo de que o País "voará" com a reforma da Previdência. "Diziam que ia faltar trabalhador após a reforma trabalhista, mas o que continua faltando é trabalho. Agora dizem que com a Previdência vai chover investimentos no Brasil. Mas a economia global está em queda, então não nos iludamos", afirmou. Também contrário à aprovação do texto, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) elogiou avanços do relatório de Moreira, mas considerou as mudanças insuficientes. O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) também discursou contra a reforma, assim como o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), Já o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) defendeu a aprovação da reforma, com o fim dos privilégios para as categorias que se aposentam mais cedo. "Não é justo que a maioria dos brasileiros, que têm os trabalhos mais duros, se aposentem mais tarde. Precisamos que todos trabalhem um pouquinho mais", discursou. O deputado Boca Aberta (PROS-PR) reclamou, aos gritos, que a emenda proposta por ele, para a cobrança dos maiores devedores da Previdência, foi colocada "na lata de lixo" pelo relator. Ele ainda questionou o fato de Moreira de ter escolhido o regime de aposentadoria especial dos parlamentares. Em onze horas de sessão, 60 parlamentares já fizeram o uso da palavra. A lista de inscritos conta com 155 deputados, sendo 64 para falar a favor da reforma e 91 para falar contra a medida. Além disso, os cerca de 30 líderes partidários também têm direito a fala. A expectativa é de que o debate se arraste por diversas sessões.