Jornal Correio Braziliense

Economia

Maia: 'Queremos recuperar governadores para o texto da reforma da Previdência'

A expectativa do presidente da Câmara é que não haja mais desidratações na proposta

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (14/6), que está mantida a projeção de votação da reforma da Previdência nos dois turnos do Plenário da Casa antes do recesso parlamentar, em julho. "Estou otimista", disse.

[SAIBAMAIS]Segundo ele, o debate na comissão especial deve começar na terça-feira para que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) seja votado até dia 26. "Há grande ambiente de aprovação da reforma, não vamos tirar o foco", disse.

A expectativa dele é que não haja mais desidratações. Segundo Maia, ao contrário, a economia fiscal pode subir em R$ 350 bilhões se houver uma articulação "exitosa" para que os Estados sejam reinseridos na proposta. "Minha prioridade é garantir a economia fiscal de R$ 950 bilhões e trabalhar até o dia da votação para atrair os governadores", disse.

Crises

Maia colocou o ministro Paulo Guedes no grupo de membros do governo de Jair Bolsonaro que são responsáveis por crises políticas. "É triste ver um ministro que sabe do nosso esforço criar uma crise. Mas não vamos entrar nessa usina de crises que é o atual governo, e infelizmente o ministro Paulo Guedes passa a ser um ator dessas crises", disse. "O ministro da Economia sempre foi o bombeiro (de situações de crise), agora o bombeiro é o Parlamento", afirmou. Maia disse que não se sente traído por Guedes, porque não tem compromisso com o governo.

Segundo Maia, a sociedade pode ficar tranquila que o Parlamento está blindado dessas crises. "Quanto o interesse público está à frente, disputas políticas ficam de lado", afirmou.

O presidente da Câmara disse ter certeza que o plenário da Casa vai aprovar uma reforma da Previdência com uma economia fiscal em torno de R$ 900 bilhões em dez anos. "Vou trabalhar para votar a Previdência já, nunca vi o Parlamento tão unido", disse.

Maia fez as afirmações a jornalistas após ele ter convocado uma coletiva de imprensa de última hora. O parlamentar deixou evento do qual participava em São Paulo para conversar com a imprensa. Ele disse que pediu a líderes partidários que não falassem com a imprensa antes que ele falasse, uma vez que ele é o representante da Casa.