[SAIBAMAIS] "Tudo o que é possível de fazer em termo de gestão, de explicar a efetiva necessidade, do governo não ter outra alternativa, está colocado", disse o senador, explicando que atua nos limites da articulação permitida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). "Como o governo não fez o toma lá dá cá, como não fez a distribuição de ministério por partidos, a cada votação nós vamos ter que constituir uma base e, no convencimento, votar", detalhou o parlamentar.
No Twitter, o presidente Bolsonaro tem alertado para o risco de suspensão de pagamentos de benefícios sociais e programas como o Plano Safra e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) se o Congresso não liberar o crédito extra de R$ 248,9 bilhões. A votação na CMO estava marcada para semana passada, mas não ocorreu por falta de quórum A obstrução foi feita por partidos de oposição, como PT e PCdoB, mas também contou com a participação do PL, integrante do Centrão. "Pra que tanta obstrução? E muitas vezes de alguns ditos aliados...", reclamou Major Olimpio.
Para o senador, a escolha do presidente por não formar uma base aliada no Congresso desenha um cenário futuro de grandes esforços para que o governo consiga aprovar matérias de seu interesse, dinâmica que deve perdurar até o fim do mandato. "A cada dia vai ser uma dor diferente. Eu não tenho dúvida de que isso vai ser o governo todo", prevê o político.
Moro
Olimpio ainda minimizou o noticiário que envolve o ministro da Justiça, Sergio Moro, que teve supostas conversas com procuradores da Lava-Jato vazadas pelo site The Intercept. O líder do governo no Senado disse que o conteúdo vazado "só me fez ter uma convicção: o Moro é até melhor do que eu imaginava" e argumenta que é preciso lembrar que membros do Judiciário e do Ministério Público "não são robôs, são gente de carne e osso" que se tornam amigos pela convivência. "Isso é natural, você não está influenciando ou invadindo competência constitucional ou competência judicial de quem quer que seja".
Questionado se a situação atual de Moro pode prejudicar o andamento da reforma da Previdência, o senador disse que ela "não favorece, mas eu não sinto que atrapalhe" e que vai se reunir com Moro nesta terça-feira, quando devem tratar sobre o episódio.