Jornal Correio Braziliense

Economia

Ibovespa sobe 0,37% com ganhos em NY e otimismo com reforma

O bom desempenho das bolsas de Nova York e o cenário doméstico tranquilo levaram o Índice Bovespa a uma leve alta nesta terça-feira, 4. O movimento, no entanto, não foi linear. O indicador alternou altas e baixas ao longo do período e terminou o pregão aos 97.380,28 pontos, com ganho de 0,37%. Os negócios com ações na B3 totalizaram R$ 13,9 bilhões. O cenário internacional contribuiu com altas significativas, principalmente nos minutos finais de negociação, com ganhos superiores a 2%. A sinalização de uma política expansionista feita pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, abriu caminho para a tomada de risco e para a recuperação de preços de commodities. Assim, os papéis da Petrobras (+0,81 na PN) e Vale (+0,57%) tiveram ganhos moderados. O noticiário corporativo também exerceu influência sobre os negócios. As ações da Braskem caíram 17,11%, de longe a maior queda entre os papéis do índice, como reflexo do encerramento das negociações entre a petroquímica brasileira e a holandesa LyondellBassell. Braskem PNA foi a terceira ação mais negociada no dia e contribuiu para limitar os ganhos do Ibovespa. Na ponta oposta esteve Sabesp ON, com alta de 10,96%, depois de a Comissão de Infraestrutura no Senado aprovar o projeto de lei que recupera conteúdo da MP do Saneamento, que perdeu validade na segunda. "Hoje (terça) o Ibovespa andou um pouco na contramão das bolsas internacionais, que tiveram um desempenho bem mais positivo, reflexo das declarações de Jerome Powell e a expectativa de maior corte de juros nos Estados Unidos, que favorece as bolsas", disse Glauco Legat, analista da Necton Corretora. Segundo ele, o Ibovespa vem seguindo em trajetória positiva nas últimas semanas graças a dois fatores que ainda estão no campo da expectativa: reforma da Previdência e corte da taxa Selic. "Falta tração para um avanço maior, com notícias mais claras sobre esses dois assuntos", afirma o analista. Para Legat, o cenário internacional segue como um fator importante, embora o Ibovespa tenha se descolado dele em maio. "Se tivéssemos um cenário externo menos turbulento, o Ibovespa já poderia estar nos 100 mil pontos", diz. Na última sexta-feira (31), o saldo líquido dos investimentos estrangeiros na B3 ficou positivo em R$ 1,234 bilhão. Com esse ingresso, o mês terminou registrando saída líquida de R$ 4,161 bilhões. Foi o maior valor desde as eleições presidenciais em outubro, quando os estrangeiros retiraram R$ 6,204 bilhões da bolsa.