O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 4, que a proposta de criação de um regime de capitalização para a Previdência valerá apenas jovens no seu primeiro emprego e que terá um custo de transição baixo. Ele destacou que o custo seria de "uma a três vezes o PIB brasileiro", se todos os trabalhadores quisessem migrar de regime, mas que não é esse o caso. "A proposta é criar regime só para jovens no seu primeiro emprego. São 200 mil, 300 mil jovens, o custo de transição é muito mais baixo. Por isso preciso do R$ 1 trilhão, R$ 100 bilhões por ano é absolutamente viável a transição", afirmou, na Comissão de Finanças de Tributação (CFT) da Câmara.
Na semana passada, o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, disse que e o governo estima um custo de transição do atual sistema de aposentadoria para o regime de capitalização de R$ 115 bilhões em 10 anos e R$ 985 bilhões em 20 anos.
Guedes disse ainda que, quando é bem sucedido, o sistema de capitalização pode ser solidário. "O projeto deixa a porta aberta para isso", garantiu.
O ministro disse que o regime de capitalização do Chile ficou 30 anos sem cobrar uma contribuição das empresas e gerou muitos empregos nesse período.
Segundo Guedes o governo chileno passou a cobrar das empresas agora, às custas de um desemprego um pouco maior. "Como a carga tributária do Chile é menor que a nossa, eu faria diferente. Eu elevaria a carga de impostos em 1% ou 2% do PIB para fazer a solidariedade (do sistema)", completou.
Guedes se recusou ainda a responder deputada do PSOL que disse que governo mente sobre a proposta de reforma da Previdência, o que desencadeou um início de bate-boca entre parlamentares da oposição e do governo.