O dólar passou a oscilar ao redor da estabilidade, após ter recuado predominantemente nos primeiros negócios desta terça-feira, 4. Investidores ajustam posições em meio à espera de um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pela manhã (10h55). Lá fora, o índice do dólar DXY virou para o lado positivo, após oscilar em baixa mais cedo.
O operador Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, diz que Powell será acompanhado de perto após o diretor do Fed em St. Louis, James Bullard, ter dito na segunda-feira, 3, que um corte nos juros dos EUA "pode ser justificável em breve", diante dos riscos ao crescimento global causados por tensões comerciais e dados fracos da inflação americana.
Mais cedo, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse que está confortável com a atual postura de política do Fed, mas demonstrou preocupação com os baixos níveis de inflação, ressaltando que seria mais agressivo para defender a meta oficial de 2% da instituição.
Em entrevista à emissora americana CNBC, Evans afirmou que a economia americana está "indo bem" e que a inflação está "se aproximando" de 2%, embora as incertezas tenham crescido. Para Evans, que vota nas reuniões de política monetária do Fed este ano, é razoável considerar a possibilidade de juros menores, mas não defender cortes.
Evans admitiu, no entanto, que a inflação baixa dá espaço para o Fed reduzir juros, se necessário, e que o eventual aumento de incertezas pode levar a autoridade monetária a cortar as taxas.
Santos destaca que já se prevê no mercado até dois cortes de juros pelo Fed em 2019. Para ele, internamente, o dólar caiu mais cedo refletindo a cena política mais positiva, onde a maior demonstração foi o Senado trabalhando em pleno vapor na segunda-feira. Entre outras medidas, os senadores aprovaram na noite desta segunda a MP de combate a fraudes no INSS, por 55 votos a 12, que deve gerar uma economia fiscal de cerca de R$ 10 bilhões ao governo.
A fraca produção industrial brasileira em abril na margem e na comparação interanual assim como declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizando a relevância da credibilidade na condução da política monetária, ajudam na queda dos juros futuros, o que também é monitorado pelos agentes de câmbio.
Às 9h49, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 3,8861, após registrar mínima a R$ 3,8731 (-0,38%) e máxima, a R$ 3,8886 (+0,02%). O dólar futuro para julho recuava 0,03% neste mesmo horário, a R$ 3,8930, após oscilar de R$ 3,8795 (-0,37%) a R$ 3,8970 (+0,08%).