Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar abre em alta de olho em Previdência e MPs, mas recua com exterior

O dólar abriu esta segunda-feira, 3, com viés de alta em meio a dúvidas sobre a inclusão de Estados e municípios na proposta do relator da reforma da Previdência, além da incerta votação de Medidas Provisórias no Congresso, como a do Saneamento, a que prevê um pente-fino em pagamentos do INSS e a que altera o Código Florestal. A votação das MPs está marcada para se iniciar na tarde desta segunda. No entanto, logo depois a moeda americana virou para baixo, em linha com o viés externo negativo do índice DXY e também do dólar em relação a algumas divisas emergentes ligadas a commodities, em razão de cautela com a desaceleração global decorrente da guerra comercial dos Estados Unidos com a China e o México - e após a entrada na zona de contração de indicadores de atividade industrial (PMI) da zona do euro, Alemanha e Reino Unido em maio. O diretor superintendente da Correparti, Jefferson Rugik, diz que o mercado cambial passa por ajuste técnico de início dos negócios, mas a persistente queda do peso mexicano é monitorada com cautela e pode contaminar o real. A tendência ainda é indefinida para o dia, avalia. O operador Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, diz que as moedas em geral se valorizam frente o dólar nesta segunda, mesmo com um cenário mais cauteloso. O profissional destaca que houve forte movimento de queda do dólar na sessão anterior e, na semana passada, a moeda acumulou desvalorização de 2,25%. Ele destaca a atuação de investidores estrangeiros, que zeraram posição comprada em 62.165 contratos, tendo Bancos e Fundos Nacionais na contraparte, com 51.490 e 11.950 contratos respectivamente. E ressalta que grande parte desta variação se deveu à rolagem dos contratos de dólar junho. O levantamento Focus mostrou nesta segunda que a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 desacelerou a 4,03% (de 4,07% antes), enquanto a de 2020 foi mantida em 4,00%, da mesma forma a de 2021 (3,75%) e a de 2022 (3,75%). Para o Produto Interno Bruto (PIB), a projeção mediana saiu de 1,23% na semana passada para 1,13%, permanecendo em 2,50% para 2020. Às 9h35, o dólar à vista caía 0,23%, a R$ 3,9163. O dólar futuro para julho recuava 0,25%, a R$ 3,9255. Na renda fixa, o contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 6,45%, ante 6,49% do ajuste de sexta-feira (31). O DI para janeiro de 2023 indicava taxa de 7,54%, depois de 7,56% no ajuste da sexta; e o DI para janeiro de 2025 estava em 8,14%, de 8,16%. Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou maio com alta de 0,22%, inferior à de 0,63% em abril, acumulando 4,99% em 12 meses. O resultado do IPC-S ficou igual à mediana do intervalo das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo piso era de 0,18% e teto, de 0,26%.