Em mais um embate com o governo de Jair Bolsonaro, o PL (ex-PR) apresentou um projeto de reforma da Previdência alternativo ao encaminhado pelo Executivo. O texto acaba com a possibilidade de capitalização e permite um gatilho que autoriza o governo a adotar uma arrecadação nos moldes da antiga CPMF, no limite de 0,2%. A proposta, assim como a do governo, tira as regras da Previdência da Constituição facilitando mudanças futuras.
Há duas semanas, em entrevista ao Estado/Broadcast, o presidente da Comissão Especial que analisa a reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que havia um movimento de partidos do chamado Centrão - formado pelo próprio PL, PP, PRB, DEM e Solidariedade - de apresentar um substitutivo ao texto enviado pelo governo, de forma a garantir que o projeto tenha o "DNA da Câmara".
Segundo Ramos, a decisão foi tomada em reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da qual participaram líderes de partidos do grupo conhecido como Centrão. Após as declarações, integrantes do bloco tentaram minimizar o movimento.
Um dos deputados que participaram na reunião na casa de Maia, que preferiu falar sob condição de anonimato, disse que várias ideias foram discutidas no encontro, entre elas até a volta de antigos projetos de reforma da Previdência.
Ao Estado/Broadcast, Maia disse à época não concordar com a ideia de se modificar totalmente o projeto apresentado pelo governo. "Não concordo com essa tese. Vou trabalhar no diálogo com Paulo Guedes. Tem um ou outro deputado que vai apresentar um voto em separado, mas isso não tem nada comigo", afirmou.