Os mercados acionários europeus fecharam majoritariamente em alta nessa quinta-feira, 30, em um movimento de correção após sucessivos pregões de quedas. A falta de novidades significativas na guerra comercial entre americanos e chineses, no entanto, conteve os ganhos nos papéis negociados na Europa, já que o clima de cautela persevera. A exceção às altas se deu em Milão, que recuou, ainda repercutindo as tensões entre o governo da Itália e a Comissão Europeia.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou o pregão em alta de 0,65%, a 372,00 pontos.
A guerra comercial, que gera cautela nos mercados financeiros globais, também envolve a Europa. Para a consultoria Brown Brothers Harriman, um acordo dos EUA com o bloco "parece mais difícil do que nunca", referindo-se à decisão por ora adiada pelos americanos de impor tarifas sobre carros importados.
Recuperando as perdas de quarta, o índice DAX 30, da bolsa de Frankfurt, avançou 0,54%, aos 11.902,08 pontos. Foram verificados ganhos no setor financeiro, como a alta da Wirecard, de 2,27%; da Allianz, de 1,14%; e do Deutsche Bank, de 0,67%.
O mesmo movimento no setor financeiro foi verificado no índice FTSE 100, da bolsa de Londres, que fechou o dia em alta de 0,46%, aos 7.218,16 pontos. Por lá, os papéis da empresa de investimentos Intu Properties subiram 4,04%, enquanto a London Stock Exchange avançou 2,06% e a RSA Insurance encerrou em alta de 1,65%. O Lloyds Banking subiu 0,26%.
Atravessando o Canal da Mancha, o índice CAC 40, na bolsa de Paris, subiu 0,51%, aos 5.248,91 pontos, com destaque para os ganhos das marcas de luxo: a Kering avançou 2,92%; a Louis Vuitton, 1,02%.
Na Península Ibérica, o índice Ibex 35, da bolsa de Madri, subiu 0,85%, aos 9.157,80 pontos, puxado pela alta de 4,83% nas ações da Cellnex Telecom. Já na bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 cresceu 0,37%, encerrando o pregão com 5.064,36 pontos, suportado pelo ganho de 4,47% nos papéis do grupo de comunicação NOS.
A única exceção entre os mercados acionários europeus foi na bolsa de Milão, cujo índice FTSE MIB caiu 0,26%, aos 19.947,92 pontos, repetindo as perdas da semana no setor bancário. O UniCredit perdeu 0,31% e o Mediobanca, 0,14%. Já o banco Sanpaolo, um dos principais do país, fechou perto da estabilidade, com recuou 0,03%.
Na Itália, os investidores seguem monitorando as tensões entre o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini e a Comissão Europeia, que pode aplicar sanções ao país pelo não cumprimento de metas fiscais. Nesta quinta, a Bloomberg noticiou que Salvini, da Liga, ameaça encerrar a própria coalizão do governo caso não receba apoio em seus planos tributários, contestados pela União Europeia.