A Eletrobras conseguiu evitar que os empregados parassem por 72 horas a partir do dia 3 de junho, como haviam anunciado, ao acenar com nova negociação no dia 4 de junho, a quinta desde que começaram as reuniões com os empregados, em 10 de abril. A empresa prorrogou o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019/2020 por 15 dias.
De acordo com o presidente da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), Emanuel Mendes, "a aposta é que pela negociação será possível chegar a um entendimento", afirmou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Além da briga pelo ajuste salarial de 4,5%, contra a proposta da empresa de 1,5%, a categoria quer evitar que sejam retiradas do Acordo Coletivo de Trabalho 2019/2020 cláusulas conquistadas ao longo dos últimos anos, principalmente a que impede demissão em massa.
A Eletrobras deixou claro na terça-feira aos empregados, em uma nota interna, que precisa cortar mais 1.750 funcionários para atingir os 2.187 cortes previstos no Plano de Demissão Consensual, "de modo a contribuir para o alcance dos custos regulatórios e para o aumento da competitividade, o que viabilizará, por exemplo, a participação em leilões de geração e transmissão", explicou.
Para justificar a proposta, a Eletrobras afirmou que os custos com Pessoal, Material, Serviços de terceiros e Outra despesas (PMSO) está acima dos custos regulatórios em 32%, ou R$ 2,1 bilhões, e a necessidade de redução de custo de pessoal é de R$ 800 milhões.
Na mesma nota, a empresa reafirma a intenção de retirar outras cláusulas do ACT, além de alterar questões relacionadas às liberações de dirigentes sindicais, por exemplo.
A estatal acena ainda com ajustes de 1,5% para todos os benefícios dos empregados, como auxílio alimentação/refeição; auxílio creche/pré-escola; auxílio-doença, auxílio educacional; entre outros, contra os 4,5% pedidos.