As bolsas nova-iorquinas fecharam em baixa nesta terça-feira, 28, com investidores avessos a riscos e migrando para os Treasuries, considerados ativos mais seguros. A posição mais cautelosa foi incentivada pelo clima global de incertezas e pelos receios de que a inversão na ponta curta da curva de rendimentos dos Treasuries possa estar prenunciando uma recessão na economia dos Estados Unidos.
Contribui também para a busca por segurança a falta de perspectivas para o acordo comercial entre os EUA e a China, além das especulações de que a Itália deve sofrer uma multa da Comissão Europeia pelo não cumprimento de metas fiscais estipuladas pela legislação do bloco.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,93%, em 25.347,77 pontos, enquanto o S 500 caiu 0,84%, em 2.802,39 pontos. O índice eletrônico Nasdaq, por sua vez, recuou 0,39%, em 7.607,35 pontos.
Os fechamentos no vermelho após os feriados de ontem nos EUA e no Reino Unido, no entanto, são uma inversão de sinal da abertura dos mercados acionários de Nova York, que iniciaram o pregão no campo positivo.
O vice-premiê italiano, Matteo Salvini, assustou os mercados e ampliou o sentimento de insegurança com sua reação à hipótese de uma multa bilionária ao seu país por má gestão orçamentária, dizendo que lutaria para "mudar essas regras antigas e obsoletas". O comissário da União Europeia (UE) para Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, chegou a comentar o tema, afirmando que não favoreceria sanções, mas que medidas podem ser necessárias para que a Itália se alinhe às regras fiscais do bloco.
No setor de tecnologia do índice Dow Jones, a Intel cedeu 2,24%, enquanto a Apple apresentou queda de 0,41% e a Microsoft recuou 0,13%, Instituições financeiras também apresentaram perdas no mesmo índice, seguindo a tendência verificada nos mercados europeus. A JPMorgan recuou 1,08%, o Goldman Sachs caiu 1,84% e a American Express perdeu 1,12%.
Em relação ao índice S 500, a principal queda foi da companhia do ramo alimentício Kraft Heinz, de 6,59%. As perdas foram atenuadas pelo avanço de 9,80% nos papéis da AMD, fabricante de processadores que recentemente anunciou um novo modelo de microchip.