Jornal Correio Braziliense

Economia

Aluguéis sobem em maio



Os inquilinos com contratos de aluguel de imóveis que fazem aniversário em maio terão um reajuste anual de quase o dobro da inflação. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 4,94% em 12 meses fechados em abril, o acumulado do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) da Fundação Getulio Vargas (FGV), utilizado pelas imobiliárias nas locações, subiu 8,65% no período.

Para o analista de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) André Braz, no entanto, o IGP-M não foi desenvolvido para contrato de aluguel. ;Isso se espalhou por ser o mais alto. O maior peso do índice são as commodities, atreladas ao dólar e às safras de grãos;, explicou. Como a desvalorização cambial foi de quase 20% em 2018, boa parte foi transmitida pelo índice. ;Por isso, o IGP-M se distanciou da inflação do consumidor;, disse.

Segundo Braz, na pesquisa de aluguel da FGV, a variação em 12 meses foi de apenas 1,76%. ;No ano, a alta acumulada está em 1,07%, muito mais de acordo com o mercado imobiliário na conjuntura de desemprego e a economia andando de lado;, afirmou.

O economista-chefe da Ativa Corretora, Carlos Thadeu de Freitas Filho, destacou que, durante uma crise, os donos de imóveis concordam com renegociação. ;Nossa previsão é fechar o ano com inflação em 3%. Nesse cenário, o inquilino tem poder de barganha;, avaliou. Segundo o presidente do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi/DF), Ovídio Maia, é possível negociar contratos. ;Mas depende da lei de oferta e da procura. Há regiões mais valorizadas;, ressaltou.

De acordo com o diretor financeiro do Imovelweb, Tiago Galdino, no Brasil, a proporção da procura está 47% para venda e 53% para aluguel. Em Brasília, a diferença é maior, com mais locações. ;A renegociação só é possível em regiões com baixos índices de aumento de preços;, disse. Estudo do Imovelweb aponta que, no Lago Sul, a variação em 12 meses foi de 21,3%. Já na Asa Norte, houve queda de 2,8% no período. No centro, os aluguéis caíram 16,5%, enquanto em Águas Claras o aumento é de 13%. No Sudoeste e na Asa Sul, a valorização foi de 9,6% e, no Guará, o recuo foi de 21,5%.