Fatores internos, como a expectativa de aprovação da MP 870 (reforma administrativa) e a melhora do clima entre Planalto e Congresso, deixaram o mercado estável ontem. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), teve leve recuo de 0,13%, encerrando o pregão aos 94.360 pontos; e o dólar ficou na faixa de R$ 4,04, apesar da queda de 0,18%.
Para Newton Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos, a perspectiva de votação das reformas com a melhora das relações do presidente Jair Bolsonaro com o Legislativo ditaram o movimento do mercado ontem. ;A ideia de que o congresso vai destravar a agenda e a postura proativa impactou positivamente nas expectativas dos agentes;, disse. Para ele, essas atitudes afastaram o medo de paralisação de reformas.
Segundo Renan Silva, economista da Blue Metrix Ativos, entretanto, os investidores continuam preocupados com a economia real, que vem pressionando o câmbio. Ele afirmou que a preocupação com o desemprego reduz o interesse no Brasil. ;Não houve sinal de pânico, contudo temos um compasso de espera por parte dos investidores;, disse. De acordo com ele, a bolsa só vai reagir quando tiver sinalização de como será a reforma da Previdência.
Além do empenho de parlamentares do Centrão na votação das reformas e da MP 870, a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não comparecer às manifestações de domingo, como garantiu o porta-voz, foi bem-visto pelos operadores do mercado. A ausência do presidente representa que ele não endossa pautas que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal federal (STF). Da mesma forma, a possibilidade de o Planalto mudar o texto do decreto que flexibiliza a posse de armas acalmou o mercado.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira