O cenário político conturbado manteve o mercado de câmbio tenso ontem. O dólar iniciou o dia com valorização de 0,48% em relação a sexta-feira, atingindo R$ 4,12. Após a intervenção do Banco Central, que vendeu contratos da moeda dos Estados Unidos com compromisso de recompra (leilão de linha), entretanto a divisa norte-americana cedeu à cotação do fim da semana passada, encerrando o dia a R$ 4,10.
Para Newton Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos, entretanto, as incertezas políticas vão se manter deixando o dólar no atual patamar. ;O quadro interno e conturbado deixa o investidor cauteloso e reflete no valor mais alto da divisa;, afirmou.
Já a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) reagiu bem às declarações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre as mudanças em aposentadorias e pensões. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o pregão aos 91.946 pontos, com alta de 2,17%.
De acordo com Álvaro Bandeira, economista-chefe e sócio do Modal Mais, os ruídos políticos, o aumento de tensão entre os Estados Unidos e o Irã fizeram o dólar amanhecer em alta. Porém, as declarações de Jair Bolsonaro e de Paulo Guedes sobre a reforma da Previdência normalizaram o mercado ao longo do dia. ;Isso tudo deu uma acalmada e o dólar cedeu;, disse. Para ele, se os ruídos políticos diminuírem, a bolsa tem espaço para recuperar. ;Porém, o mercado vai continuar volátil;, contrapôs.
O fato de Guedes afirmar que tem confiança no relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira, e aceitar discutir um texto alternativo, de certa forma, deu confiança ao mercado de que as alterações no sistema previdenciário podem ir para frente. Outro sinal considerado positivo foi a aceitação do presidente a uma nova proposta para aposentadorias e pensões. Bolsonaro disse que se a Câmara tiver um projeto melhor para previdência, deve votá-lo e afirmou também estar disposto a discutir o tema junto com os parlamentares.