Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar volta a rondar R$ 4,00 pelo segundo dia com cautela no Brasil e exterior

O dólar desacelera a alta frente o real em meio a ofertas de tesourarias e exportadores, após ter iniciado a sessão no patamar de R$ 4,00 nos mercados à vista e futuro - pelo segundo dia seguido. A paralisação nacional do setor de educação nesta quarta-feira (15) e o depoimento do ministro da pasta, Abraham Weintraub, no plenário da Câmara à tarde podem ofuscar as discussões sobre a reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara (14h30). Os ajustes iniciais precificam persistente cautela com as tensões sino-americanas e desconforto com o ambiente interno. Operadores afirmam que o governo Bolsonaro continua com uma articulação política muito fraca no Congresso. Além disso, devem monitorar durante o dia a temperatura dos protestos em todo o País com adesão de pais, estudantes e professores contra os cortes de 30% nos orçamentos das universidades federais e educação básica. O fraco IBC-Br também reforça o pessimismo do mercado com o PIB do primeiro trimestre, que será divulgado dia 30 de maio, mas fica em segundo plano. Como era esperado, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de março teve o terceiro mês de queda, de 0,28% ante fevereiro, porém a queda foi menos intensa que a mediana das estimativas do Projeções Broadcast (-0,30%), com intervalo de (-1,0% a zero). De qualquer modo, o dado reforça a percepção de fraqueza da economia e a possibilidade de manutenção da Selic por mais tempo. A convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no plenário da Câmara nesta quarta para explicar o contingenciamento de recursos na sua pasta representa derrota do governo, por 307 votos a 72. Além disso, deputados decidiram nesta terça-feira não votar nenhuma medida provisória nesta semana e, com isso, 11 MPs correm o risco de caducar. Os líderes do DEM e do PP recusaram também nesta terça convite para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro. Circulou, ainda, a informação na véspera, dada por parlamentares do PSL (partido do presidente) que haviam se encontrado com Jair Bolsonaro à tarde e que não haveria mais cortes na educação. O recuo, porém, foi desmentido em seguida pela Casa Civil, pelo Ministério da Educação e pela equipe econômica. Às 9h32 desta quarta, o dólar à vista subia 0,52%, aos R$ 3,9963, após ter registrado máxima aos R$ 4,0063 (+0,75%). O dólar futuro para junho avançava 0,49%, aos R$ 4,0030, ante máxima em R$ 4,013 (+0,74%).