Apesar de reconhecer o ritmo lento da economia brasileira nos primeiros meses de 2019, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 6,50% ao ano. Conforme o amplamente esperado pelo mercado, essa foi a nona manutenção consecutiva da taxa neste patamar.
No comunicado divulgado, o BC destacou que o risco de uma inflação menor devido ao fraco desempenho econômico se elevou desde a última reunião em março. O Copom também avaliou que os indicadores recentes da atividade econômica sugerem que a perda de dinamismo observada no final de 2018 teve continuidade no início deste ano.
"O cenário do Copom contempla retomada do processo de recuperação gradual da atividade econômica", afirmou o documento. "O Comitê avalia que, embora o risco associado à ociosidade dos fatores de produção tenha se elevado na margem, o balanço de riscos para a inflação mostra-se simétrico", justificou o Copom, em outro trecho do comunicado.
Do outro lado do balanço de riscos, nos fatores que podem causar uma inflação maior, o BC voltou a considerar uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas, além de uma eventual deterioração do cenário externo para economias emergentes.
Para o Copom, embora os riscos associados à normalização das taxas de juros de economias avançadas tenham se reduzido no curto e médio prazos, o cenário externo continua desafiador, sobretudo pelos riscos associados a uma desaceleração da economia global.
Meta
O comunicado divulgado repetiu mensagens de comunicações anteriores, ao reafirmar que a decisão de manter a Selic em 6,50% ao ano pela nona vez consecutiva é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. Esse horizonte inclui o ano-calendário de 2019 e, em maior grau, de 2020.
O Copom reiterou que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. E, novamente, o Comitê enfatizou que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia.
"O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes", completou o documento.