Em debate na comissão especial da Previdência, que ouve nesta quarta-feira, 8, o ministro da Economia, Paulo Guedes, parlamentares governistas defendem a necessidade da reforma da Previdência para garantir o pagamento das contas públicas, enquanto os de oposição dizem que a proposta retira direitos dos beneficiários.
No primeiro bloco de perguntas, quatro deputados e dois líderes da oposição e da situação se revezaram, em um acordo para evitar o que ocorreu na audiência de Guedes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no mês passado, quando os parlamentares contrários dominaram as primeiras horas da sessão.
Em sua fala, a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), refutou que a reforma da Previdência vá "salvar" os orçamentos da educação e saúde, já que não tem impacto neste ano. "Me choca o comandante da equipe econômica dizer que há 50 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho (formal). Há quatro meses espero o governo dizer como vai gerar emprego e ele não disse", completou.
O deputado Rubens Otoni (PT-GO) corroborou a posição. "A proposta vai no caminho mais fácil, que é cortar o benefício ou dificultar o acesso a direitos constitucionais", afirmou.
Já o vice-líder do PRB, Lafayette de Andrada (MG), disse que a proposta fará com que os mais ricos contribuam mais. "Ou salvamos a previdência, ou ninguém terá previdência amanhã. O remédio pode parecer amargo, mas salva a vida do indivíduo", completou.
O capitão Alberto Neto (PRB-AM) culpou os governos do PT por ter "quebrado o País" e disse que cortará na própria carne ao prever regras mais duras para a aposentadoria de policiais.