As autuações da Receita Federal às chamadas pessoas politicamente expostas somam R$ 405 milhões entre 2012 e 2018. Esse grupo inclui políticos, ministros, magistrados e parentes e é acompanhado de forma diferenciada pela Receita Federal.
Nesse período, o montante de autuações envolvendo agentes públicos chegou a R$ 1,7 bilhão.
No início do ano, uma investigação envolvendo o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, vazou e levou o tribunal a enviar ofícios ao Ministro da Economia e ao secretário da Receita sobre o assunto.
Neste ano, houve também uma tentativa de acessar dados do presidente Jair Bolsonaro por servidores não autorizados.
O subsecretário de Fiscalização, Iágaro Martis, negou que esse tipo de ação constranja ou restrinja o trabalho dos auditores. "Todas as pessoas sejam ministros, parlamentares, presidente da república ou auditores-fiscais, ninguém esta fora de ser fiscalizado pela Receita. Os trabalhos continuam, não tem foro privilegiado para a Receita Federal", afirmou.
Martins reforçou que o órgão não compactua com vazamentos. "O vazamento que ocorreu em relação ao ministro do STF é profundamente censurável. Houve sequência de falhas, já abrimos procedimento na corregedoria, prestamos informações ao STF ao Tribunal de Contas da União (TCU)", disse. "Isso não altera em nada os trabalhos que estão sendo executados, não imagino que essa tenha sido a intenção do ministro Gilmar Mendes."