Em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário disse que tinha a intenção de implantar um novo imposto, que incidiria sobre as transações financeiras e afetaria, inclusive, igrejas e até o contrabando. ;O novo imposto será permanente e não incidirá somente sobre operações de débito feitas pelo sistema bancário. Será muito mais amplo. Abarcará qualquer transação envolvendo pagamentos, até escambo;, disse.
A medida seria implementada com durante a reforma tributária. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava reunido com Guedes, disse que a Casa Legislativa ;tem muita dificuldade de tratar de aumento de impostos;. ;O secretário fez uma entrevista em tese. Não vamos transformar isso em um fato consumado que não é verdadeiro, até porque ele não apresentou proposta concreta à Câmara dos Deputados;, afirmou.
Guedes recebeu Maia junto com o relator da reforma da Previdência na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) e o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PR-AM). Os quatro foram ao Palácio do Planalto conversar com o presidente Jair Bolsonaro. ;O presidente da república e o presidente da Câmara estão construindo um clima bastante favorável para nós atacarmos o principal problema hoje fiscal, que é exatamente o desequilíbrio orçamentário que ameaça o sistema previdenciário brasileiro;, afirmou o ministro da Economia. ;É muito construtivo a aproximação dos dois presidentes, que são Poderes independentes. Agora, trabalhando harmonicamente para resolver o problema;, acrescentou.
Além disso, Guedes criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em ampliar os benefícios fiscais para a Zona Franca de Manaus (ZFM). ;Decididamente o STF, criando um buraco adicional de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões com uma decisão, nessa última semana, dificulta essa solução;, afirmou. ;É um problema econômico e nós estamos assistindo uma judicialização. Eu não vou criticar do ponto de vista jurídico. Agora, do ponto de vista econômico você devolver impostos que não foram pagos, não contribui para resolver o problema fiscal brasileiro;, completou o ministro.