O diretor de Gestão Corporativa da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Márcio Coimbra, é o terceiro executivo a deixar a empresa em quatro meses de governo. A saída dele foi anunciada nesta sexta-feira, 26. Fontes do Palácio do Planalto dizem que o presidente Jair Bolsonaro demitiu o diretor. A interlocutores, Coimbra afirma que foi ele quem pediu para sair. Ele vai continuar na vaga até o seu sucessor ser escalado.
Márcio Coimbra chegou à Apex nomeado pelo chanceler Ernesto Araújo. Ele é bem próximo da diretora de Negócios, Letícia Catelani, que permanece no cargo. A dupla é acusada de ter desencadeado uma crise que resultou na queda que de dois diretores-presidentes da Agência.
Primeiro a cair, Alecxandro Carreiro saiu da presidência nove dias após assumir o cargo sob o argumento de "não falar inglês fluentemente". Em seguida, foi a vez do embaixador Mario Vilalva deixar o posto. Antes de ser demitido, Vilalva teve seus poderes esvaziados, como revelou o Estado.
Segundo interlocutores de Jair Bolsonaro, o presidente se incomodou ao ler reportagens na imprensa que a Apex teria se transformado em um "playground" do filho zero três, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. O presidente, então, teria pedido alteração no comando da agência.
Há uma expectativa agora de que o contra-almirante Sergio Ricardo Segovia Barbosa, indicado pelo chanceler para assumir a presidência da Apex, assuma a cadeira deixada por Márcio Coimbra. Segundo fontes, existia um incômodo em fazer Sergio Segovia diretor-presidente já que ele não teria "experiência comprovada em comércio exterior".