Jornal Correio Braziliense

Economia

BC diz não perceber razão macroeconômica para alta de juros rotativos

As Estatísticas do Mercado de Crédito divulgadas nesta sexta-feira, 26, pelo Banco Central mostram que, no acumulado do primeiro trimestre, houve aumento de 3,4 pontos porcentuais das taxas cobradas em operações com recursos livres. Este avanço foi percebido tanto em operações de crédito rotativo (cartão e cheque especial) quanto nas demais operações. Questionado sobre os motivos para que as taxas de juros tenham subido desde o fim do ano passado, em um ambiente com Selic (taxa básica de juros) estável e inadimplência baixa, o chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, afirmou que a instituição não percebe "razão macroeconômica para a alta dos juros rotativos neste momento". "Observamos que há, de fato, aumento de taxa de juros em algumas instituições", acrescentou. Ao tratar do crédito não rotativo - cujos juros subiram 2,2 pontos porcentuais este ano, para a média de 29,4% ao ano no fim de março - Baldini disse que um dos motivos é que houve alta da taxa do crédito pessoal não consignado. Em dezembro, a taxa média do crédito pessoal não consignado estava em 107,3% ao ano. Em março deste ano, atingiu 123,7% ao ano. O chefe-adjunto ponderou, no entanto, que a taxa de dezembro foi inferior ao que era percebido na série histórica. Os meses de agosto a novembro de 2018 apresentaram taxas superiores a 120% ao ano. Assim, os 123,7% ao ano de março de 2019 significa um retorno ao padrão verificado antes de dezembro. "Mas, de fato, o cenário é favorável para a estabilidade das taxas de juros em níveis baixos", afirmou.