Jornal Correio Braziliense

Economia

Ibovespa sobe 1,39% com melhora de percepção com Petrobras e Previdência

O mercado de ações voltou a apostar fichas na diluição das incertezas do cenário político e, ainda que com boa dose de cautela, conduziu o Índice Bovespa a uma alta significativa nesta quinta-feira, 18. O índice já iniciou o dia em terreno positivo e terminou o pregão em 94.578,26 pontos, com alta de 1,39%. Contribuíram para a melhora do humor o anúncio do reajuste de R$ 0,10 no litro do óleo diesel, recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e especulações que reforçaram a expectativa positiva em relação à reforma da Previdência. A possibilidade de greve dos caminhoneiros foi um dos pontos de cautela do dia, ao lado dos persistentes temores de atraso na reforma previdenciária ou excessiva desidratação da proposta do governo. Com o resultado desta quinta, o Ibovespa encerrou a semana com valorização de 1,83%. O porcentual não anula, portanto, as perdas de 4,36% registradas na semana passada. Naquele período, o principal fator de estresse foi a suspensão do reajuste de 5,7% dos preços do diesel, por interferência do presidente Jair Bolsonaro. As ações da Petrobras tiveram altas de 1,92% (ON) e de 3,18% (PN), favorecidas pelo novo anúncio de reajuste do diesel, que em tese confirmaria a independência da Petrobras em relação ao governo. No meio da tarde, os papéis da petroleira renovaram máximas com informação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, de que Paulo Guedes pediu à sua equipe que estude possibilidades de mudanças na tributação dos combustíveis. A medida poderia ser uma saída ao impasse com os caminhoneiros, sem interferência na política de preços da estatal. Assim como as ações da Petrobras, o Ibovespa também renovou máximas no meio da tarde, após as 15h30, quando chegou à marca de 95.140,29 pontos (+1,99%). Além da influência dos papéis da Petrobras, contribuíram para a aceleração dos ganhos informações de que o governo estaria disposto a oferecer ministérios a partidos, em troca de apoio na votação da reforma. "A marca da semana foi esse desencontro na CCJ, com a oposição bem formada e o Centrão fazendo exigências para apoiar a reforma. O mercado não queria essa demora e se pergunta sobre o quão desidratada a reforma ficará", disse Thiago Tavares, analista da Toro Investimentos. Tavares ressalta que o mercado recebeu positivamente a entrevista de Paulo Guedes dada a um canal de TV na noite de quarta-feira. "O ministro se mostrou confiante, o que reforça a confiança do mercado", afirmou.