Um dos principais líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, telefonou na tarde de quinta-feira para um assessor do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para reclamar do aumento de preço do diesel. Nesse contato, foi informado que a queixa seria levada ao presidente Jair Bolsonaro por Onyx e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Floriano Peixoto. O recuo da Petrobras de aumentar o valor do combustível foi anunciado à noite. "Isso prova que mais uma vez o presidente está do nosso lado", disse.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Wallace disse que mantém contato com integrantes da Casa Civil desde o mês passado, quando levou demandas da categoria. O período em que iniciou o diálogo entre caminhoneiros e a Casa Civil, em março, coincide com o momento em que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) passou a monitorar com mais atenção os riscos de uma nova greve da categoria.
O governo quer que uma nova paralisação tome as mesmas proporções da que ocorreu em maio de 2018. O estopim, na época, foi justamente as altas do preço do diesel. A avaliação de um integrante do governo é de que os caminhoneiros "conheceram a sua força" na última greve e que agora possuem maior poder de negociação.
Sobre a possibilidade de uma nova greve, Wallace disse que a categoria toda está "sofrendo" e "insatisfeita". "Isso vem de longa data, tanto que tivemos que parar no ano passado", disse Chorão.
À Casa Civil, o líder dos caminhoneiros pediu o cumprimento do piso mínimo de frete, da jornada de trabalho e do fornecimento de pontos de parada adequados e também uma mudança na política de preços da Petrobras. Wallace Landim elogiou a iniciativa do governo de criar o cartão-caminhoneiro, há cerca de duas semanas, mas disse que isso "não resolve o problema 100%".
Campanha
Wallace lembrou que a categoria atuou na campanha de Jair Bolsonaro. "É um comprometimento que ele tem com a categoria", disse. O líder dos caminhoneiros contou que o assessor da Casa Civil deixou claro que a categoria "sempre terá o respeito e respostas imediatas" do governo. "A gente sabe que não é uma situação muito fácil, vem chumbo grosso por aí, pode ter certeza, porque querendo ou não interfere na política de preços (da Petrobras)", disse Chorão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.