O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta sexta-feira, 12, que a reunião do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e técnicos da empresa na próxima terça-feira, 16, pode levar a uma decisão sobre o preço do diesel. Ele, no entanto, deixou em aberta a possibilidade de que a decisão possa ser postergada se o presidente entender que faltam informações para subsidiar uma decisão.
"A reunião por princípio é para tomar uma decisão, mas se decidir-se por um aprofundamento dos dados, naturalmente não será na terça-feira o resultado", afirmou o porta-voz. Segundo ele, se o presidente e os técnicos avaliarem que precisam de mais informações, a decisão sobre o diesel pode não ser tomada na terça.
Barros também afirmou que Bolsonaro não irá intervir politicamente nas decisões da Petrobras, mas ressaltou que cabe ao presidente saber como a empresa se baseia para definir os preços dos combustíveis vendidos por ela. A reunião, segundo o porta-voz, tem por finalidade identificar aspectos técnicos da decisão. "Caracteriza a necessidade do dirigente do poder Executivo de identificar quais são os aspectos que levam tecnicamente estas decisões que são tão importantes para a sociedade", disse.
"O presidente entende que a Petrobras não deve sofrer interferência política. (...) E realmente não se discutia, se impunha (o preço). Ele não impõe, ele discute e busca informações", afirmou Barros em entrevista à imprensa. Ele afirmou que Bolsonaro decidiu pedir ao presidente da Petrobras que não reajustasse o preço até que ele pudesse discutir a questão com a equipe técnica da petrolífera na próxima semana.
Questionado sobre se o presidente conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, antes de entrar em contato com Castello Branco, Barros limitou-se a dizer que Bolsonaro havia conversado com o presidente da estatal.
O porta-voz afirmou ainda que a decisão de Bolsonaro de suspender o reajuste do preço do diesel que a Petrobras havia anunciado não significa que o governo cedeu aos apelos dos caminhoneiros. "O governo não é refém de ninguém", disse.