A aceleração da renda do estado também é crescente, segundo Holland. Ele apresentou gráficos que mostram a evolução da renda per capita da população local desde os anos oitenta. ;Dá para perceber que algo acontece na Zona Franca de Manaus. Amazonas cresce mais aceleradamente do que outros estados. Mais que o Pará, mais que o Rio de Janeiro;, disse. O professor ressaltou que o rápido aumento da renda dos amazonenses não significa que a renda do estado é maior que a do Brasil. ;Ela tem o crescimento da renda per capita mais acelerado do que de outros estados, mas isso não quer dizer que tem a maior renda;, explicou.
Hollando afirmou que o aumento dessa renda converge com o desenvolvimento regional. Além disso, ele defendeu os incentivos fiscais para o aprimoramento do pólo industrial de Manaus. ;Nós temos vários programas de incentivos regionais. Não se esqueça que a industrialização de São Paulo foi fortemente amparada em incentivos;, lembrou.
;A região tem um parque industrial sofisticado;, disse. Ele reforçou que os efeitos colaterais da Zona Franca são positivos para o desenvolvimento social da região. ;O Efeito sobre a educação nos impressionou;, afirmou. Segundo a pesquisa, a escolaridade média dentre os trabalhadores da indústria de Manaus é cerca de 3 anos superior a do contrafactual (dados de 2015).
Gasto tributário
Uma das críticas trazidas por Holland em sua fala é sobre o gasto tributário no Brasil. Segundo ele, no Brasil, não existem pesquisas que avaliem o sucesso do gasto tributário. ;Segundo a Receita Federal, o gasto tributário está em torno de R$280 bilhões ao ano. Um fato assustador é que a gente não tem estudo da efetividade desses gastos;, informou.
De acordo com o professor, o gasto tributário traz mais efeito na Zona Franca de Manaus do que em muitos outros estados. Os gastos são refletidos na criação de universidades, distribuição de água, infraestrutura e outros. ;Se a gente tivesse preocupado com esse país, o gasto tributário não seria 50% no sudeste e 8,5% no norte;, criticou.
Desmatamento
O estudo apresentado por Holland também mostrou que o desmatamento seria ampliado caso não existisse a Zona Franca de Manaus. A razão: com o desemprego que seria gerado - especulado pelo economista em 500 mil vagas de empregos diretos e indiretos - levaria as pessoas a procurarem outras formas de renda com extração ilegal na região. ;Quanto maior o emprego na indústria da região, menor o desmatamento. Na essência: se não tiver a ZFM, vai ter indústria extrativista;, alertou.