Jornal Correio Braziliense

Economia

Fabricante vê ano mais difícil que o esperado

A fabricante de calçados infantis Kidy tem uma projeção que pode ser considerada ambiciosa para este ano: crescimento de 10% nas exportações e de 5% nas vendas internas. Mas, por enquanto, a meta está só no papel. "O ano está bem mais difícil. Vendemos para 46 países e estamos conseguindo cumprir as exportações. No mercado doméstico, porém, estamos empatados com o ano passado", diz o diretor de produto, Ramon Lanius. A situação da Kidy é um bom retrato do momento que o setor calçadista atravessa. Com retração de 2,2% em janeiro e fevereiro, as empresas ainda esperam um resultado positivo para 2019. "O ano passado foi péssimo, qualquer coisa será melhor", diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. Em 2018, o volume produzido pelo segmento caiu 1%. "Não existe capacidade de consumo da população. O varejo não movimenta, e o resultado é ruim na indústria também", acrescenta o executivo. A aposta de Klein é que o segundo semestre reverta a tendência de queda. Segundo ele, já há alguns sinais de recuperação em marcas mais conhecidas, mas, por enquanto, o que tem ajudado mesmo são as exportações. Houve um aumento de 15% nos embarques nos três primeiros meses do ano, alavancados sobretudo pelas compras dos Estados Unidos. As vendas para fora, porém, não são suficientes para puxar todo o setor, que reduziu o número de empregos em 3,5% no primeiro bimestre. A economista Luana Mirana, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, disse também esperar uma recuperação da indústria, como um todo, no segundo semestre. "Mas não será nada muito maravilhoso", afirma. "Achamos que 2019 não será pior do que 2018, mas também não será melhor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.