Jornal Correio Braziliense

Economia

Juros têm viés de alta com Previdência no foco

Os juros futuros exibem viés de alta nesta segunda-feira, 8, após oscilarem em torno da estabilidade nos primeiros negócios em meio ao dólar instável. Na última sexta-feira, as taxas futuras fecharam com viés de baixa, diante de uma percepção melhor do mercado em relação ao andamento da reforma. Às 9h50, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 subia a 6,49%, de 6,470% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 estava a 7,07, ante 7,03% do ajuste de sexta-feira; e o DI para janeiro de 2023 subia a 8,18%, de 8,15% no ajuste anterior. No câmbio, o dólar está volátil e, há pouco, exibia viés de alta aos R$ 3,8724 (+0,02%). Mais cedo, na mínima registrou R$ 3,8669 (-0,13%) e, na máxima, R$ 3,8759 (+0,11%). O dólar futuro para maio cedia 0,04%, aos R$ 3,8770. Na mínima, caiu a R$ 3,8720 (-0,18%) e, na máxima, subiu a R$ 3,8820 (+0,08%). A articulação do governo em torno da reforma da Previdência segue no foco do investidor. Esta semana, o presidente se reúne com líderes do Avante, Novo, Solidariedade, Podemos, PR e PSL. E amanhã o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Marcelo Freitas (PSL-MG), deve apresentar seu relatório sobre a admissibilidade do texto. Já o presidente da CCJ, Felipe Francischini, afirmou ao Broadcast que pretende antecipar do dia 17 para o dia 15 a discussão sobre a admissibilidade da reforma. O placar da Previdência feito pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que 198 deputados votariam a favor do texto no plenário. Desses, 69 afirmaram que dariam sim à reforma com o mesmo teor que foi enviado ao Congresso, e 129 condicionaram a aprovação a ajustes. Para que as novas regras de concessão de aposentadoria e pensões comecem a valer, é preciso o aval de três quintos da Câmara (308 votos) e do Senado (49 votos), em dois turnos. A agenda semanal traz ainda o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março (quarta-feira) e as vendas no varejo de fevereiro (terça-feira). O mercado de renda fixa abriu hoje com a leitura da desaceleração do IGP-DI de março e pesquisa a Focus, que voltou a trazer redução na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 de 1,98% para 1,97% e para 2020, de 2,75% para 2,70%, e trouxe ainda aumento na estimativa para IPCA em 2019 de 3,89% para 4,00%. Já Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou elevação de 1,07% em março, ante um aumento de 1,25% em fevereiro. O resultado do indicador ficou pouco abaixo da mediana de 1,08% das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de 0,85% a 1,35%. O investidor digere ainda a pesquisa Datafolha revelada ontem, que mostrou que o presidente Jair Bolsonaro tem o pior desempenho entre os presidente em primeiro mandato, e captou ainda uma piora do otimismo com a economia depois que ele assumiu a Presidência. O desempenho de Bolsonaro foi considerado bom ou ótimo por 32% dos entrevistados. O porcentual de pessoas que acreditam que a situação econômica do País vai melhorar nos próximos meses caiu de 65%, em dezembro, para 50% em abril. A parcela dos que esperam piora dobrou, de 9% para 18%.