Economia

'Cortem vocês. Ou têm medo?', diz Guedes a parlamentares sobre militares

Segundo o ministro, a Casa, junto ao Planalto e o STF são os 'atores principais' da batalha pela aprovação da reforma

Alessandra Azevedo, Gabriela Vinhal
postado em 03/04/2019 19:36
Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o Parlamento a respeito das cobranças dos congressistas sobre mudanças na reforma dos militares. O economista atribuiu à Câmara a responsabilidade de alterar pontos na aposentadoria dos integrantes das Forças Armadas. "E vocês não têm que virar para um ministro e perguntar porquê a gente não cortou a aposentadoria dos militares. Cortem vocês. Vocês têm medo de fazer isso?", questionou.

[SAIBAMAIS]A fim de tentar minimizar os embates com os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Guedes disse que a Casa, junto com o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) são os "atores principais" da batalha pela aprovação da reforma. "Vocês têm suas escolhas. Se a reforma for forte, é possível pensar em um futuro diferente para os filhos", acrescentou.

Questionado sobre a desconstitucionalização de alguns itens da reforma, Guedes se irritou com parlamentares da oposição. ;Vocês estão há quatro mandatos, há 18 anos, no poder. Por que não botaram imposto sobre dividendo? Por que deram benefício para bilionário? Por que é que deram dinheiro para a JBS? Por quê?;, disse. ;Vocês estiveram no governo. Vocês foram governo. Nós estamos há três meses. Vocês estiveram 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar;, completou.

Após mais de cinco horas de audiência pública, o economista ressalta que está resignado com as mudanças que virão na comissão especial, sobretudo do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural. "Não adianta fugir das verdades. Temos um problema sério, o que fizemos foi distribuir a conta de uma forma desigual. Estamos preparados para a sensibilidade social do BPC e [da aposentadoria] rural. Não deveria dar continuidade a uma batalha. As eleições acabaram. A verdade é relativa, a verdade de quem quebrou, de como estamos querendo recuperar. A verdade de quem? A nossa é mostrar números", pontuou.

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