Marina Torres*
postado em 03/04/2019 15:57
A produção industrial cresceu 0,7% em fevereiro (com ajuste sazonal), de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento eliminou a queda de mesma porcentagem que ocorreu em janeiro. O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que faziam uma estimativa de até 2,7%.
Em relação a fevereiro de 2018 (sem ajuste sazonal), o crescimento foi de 2%, interrompendo três meses consecutivos de taxas negativas e acumulando uma redução de 0,9% no ano. O acumulado dos últimos 12 meses permanece em 0,5%, mas segue a uma taxa de desaceleração de 3,3% desde julho.
No entanto, também em comparação a 2018, o período janeiro-fevereiro deste ano apresentou uma queda de 0,2%, puxada por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,3%) e pelas indústrias extrativas (-4,4%).
O ramo de indústrias extrativas, que representa parte do setor de bens de consumo intermediários, liderou com uma queda de -14,8%, pressionada pela queda em extração de minério de ferro devido ao rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
O ramo de indústrias extrativas, que representa parte do setor de bens de consumo intermediários, liderou com uma queda de -14,8%, pressionada pela queda em extração de minério de ferro devido ao rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
Onde cresceu
No mês, três das quatro categorias econômicas apresentaram crescimento de acordo com os dados do IBGE. Bens de capital (4,6%) e bens de consumo duráveis (3,7%) tiveram o maior crescimento; a única categoria que fechou em queda foi a de bens de consumo intermediários, com -0,8%, acentuando a queda de janeiro (-0,1%).
Entre as atividades, o aumento no setor de bens de capital e consumos duráveis é representado pela produção de caminhões e automóveis, respectivamente. O setor de veículos automotores, reboques e carroceria cresceu em 6,7%, seguido de produtos alimentícios com 3,2%.
De acordo com o professor Carlos Alberto Ramos, do Departamento de Economia da UnB, o crescimento se dá devido à recuperação econômica que o país está passando. ;A economia de indústria vem se recuperando, e isso ajuda principalmente na questão de juros e da confiança dos consumidores. A recessão já parece estar passando e isso ajuda muito o setor industrial e de construção civil.;
Para o professor, o crescimento é lento e, por isso, os setores não são afetados de maneira homogênea. ;Existia uma recessão muito profunda, quando há a recuperação, alguns indicadores parecem estar em conflito, alguns aumentam um pouco e outros não. Isso é causado por uma recuperação lenta e modesta que não atinge todos os setores,; afirma.
Para o professor, o crescimento é lento e, por isso, os setores não são afetados de maneira homogênea. ;Existia uma recessão muito profunda, quando há a recuperação, alguns indicadores parecem estar em conflito, alguns aumentam um pouco e outros não. Isso é causado por uma recuperação lenta e modesta que não atinge todos os setores,; afirma.
*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende