Jornal Correio Braziliense

Economia

'Nunca deixou de existir', diz Maia sobre sua participação na reforma

Rodrigo Maia diz que a participação dele e dos partidos na articulação da Casa pela aprovação da reforma da Previdência 'nunca deixou de existir'

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (2/4), que a participação dele e dos partidos na articulação da Casa pela aprovação da reforma da Previdência "nunca deixou de existir", mas ressaltou a importância dos Poderes serem independentes. Há poucas semanas, o deputado protagonizou embates intensos com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e disse deixar o posto de interlocutor do Planalto no Parlamento pela viabilidade do texto na Casa.

"É uma decisão do governo [como fará a articulação] e é democrático que faça da maneira como entender melhor", disse. Maia, que irá acompanhar a visita do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), destacou a boa relação que mantém com Guedes, que "dá certo há muito tempo".

"Amanhã vou acompanhá-lo na CCJ. Vou convidar nossos lideres do centro-direita que me acompanhem e que façamos um bom debate na comissão", completou. "Eu vou junto, talvez não seja nem o papel do presidente da Câmara, mas essa matéria é tão relevante -- primeiro para os brasileiros, para os prefeitos, para os governadores e depois para o governo federal", complementou.

Questionado sobre o comportamento de Bolsonaro, que voltou a jogar para a Câmara a responsabilidade de aprovar a proposta, Maia destacou que a Casa "nunca saiu do foco da Previdência" e que a agenda legislativa vai continuar funcionando. O deputado fluminense voltou a dizer também que, em uma democracia, ninguém governa sozinho.

"É o Executivo com o Legislativo", pontuou. "Vamos entrar na [discussão da reforma] tributária. Amanhã vou estar com o presidente do Banco Central, vamos discutir a autonomia dele. A nossa agenda vai continuar funcionando", acrescentou.

Maia afirmou ainda que o Congresso vai continuar avançando nas suas pautas ouvindo o Planalto, mas reforçou a independência das duas instituições, mesmo com a vontade similar entre elas de aprovar as mudanças no regime de aposentadoria brasileiro.

"O governo tem a convergência do Parlamento de que a Previdência é o tema mais importante. Talvez em algum outro tema eles não tenham a mesma convergência com o Parlamento, mas isso é da democracia. Isso é da independência clara e talvez até mais democrática das relações entre os Poderes".