Os mercados acionários da Europa fecharam o pregão desta terça-feira, 2, em alta, com os índices ainda refletindo os dados acima do esperado da China, que acalmaram os mercados desde a segunda-feira. Também animam os investidores os desdobramentos das negociações comerciais sino-americanas e indicadores da economia europeia.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX avançou 0,62%, para 11.754,79 pontos. Em Paris, o CAC 40 registrou alta de 0,33%, a 5.423,47 pontos. O FTSE MIB, de Milão, subiu 0,01%, a 21.522,92 pontos. Em Madri, o Ibex 35 teve alta 0,23%, a 9.363,50 pontos. O PSI 20, de Lisboa, subiu 0,54%, a 5.287,05 pontos.
Os números acima das expectativas dos dados de atividade manufatureira da China, divulgados nos últimos dias, e também dos Estados Unidos, deram ânimo aos investidores que estavam cautelosos diante dos sinais de desaceleração das duas maiores economias do mundo e consequente desaquecimento da economia global.
Além disso, os agentes se mostram atentos a sinais das negociações comerciais entre Washington e Pequim à medida que uma nova rodada de negociações deve acontecer na capital dos EUA esta semana.
Ainda entre os indicadores que impactaram os mercados acionários europeus, na manhã desta terça foi divulgado o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que subiu 3,0% em fevereiro ante igual mês do ano passado, segundo dados publicados pela Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia. Analistas consultados pelo Wall Street Journal previam ganho anual um pouco maior, de 3,1%. A pressão inflacionária menor do que o estimado pelo mercado também colaborou com as altas dos índices europeus, ampliando o apetite à risco dos investidores.
O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, apresentou o melhor desempenho porcentual diário entre as principais praças europeias ao subir 1,01%, para 7.391,12 pontos. Em solo londrino, a queda da libra esterlina ajudou papéis de exportadoras no momento em que o drama do Brexit continua preocupando os operadores do mercado enquanto a possibilidade de uma saída sem acordo da UE se aproxima.
Para analistas do UBS Global Wealth Management, uma extensão mais longa do Brexit e eleições gerais parecem cada vez mais prováveis por representarem a forma mais simples de superar o atual impasse no Parlamento britânico. "O impacto na libra de um cenário assim dependeria muito do cronograma", disseram, acrescentando que as incertezas provavelmente perdurarão para a moeda britânica.
Nesse sentido, o presidente da Ford na Europa, Steven Armstrong, disse nesta terça que a montadora terá de "considerar seriamente os investimentos no longo prazo" no Reino Unido se o país não conseguir chegar a um acordo para sair da União Europeia de forma a garantir "comércio sem atritos". A queda da libra ajudou papéis de exportadoras negociadas em Londres, como as mineradoras Rio Tinto (+0,84%) e BHP Group (+0,24%).
Entre outros papéis negociados na praça londrina, destacam-se as ações da Rolls Royce, que perderam 1,1% após relatos de problemas em dois aviões da Singapore Airlines com motores da companhia inglesa.