Abastecido por termelétricas, o subsistema de Manaus, responsável por grande parte da energia consumida na capital do Amazonas e na região metropolitana, pode estar em risco. Duas usinas térmicas, Flores e Iranduba, estavam previstas para parar de operar no domingo (31/3), quando um quarto transformador seria adicionado ao sistema. No entanto, o equipamento não ficou pronto e só deve entrar em operação no fim de abril.
Estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra a necessidade de manter as duas usinas em operações, sob pena de colapso no abastecimento de energia elétrica em Manaus. A usina de Flores gera 80 megawatts (MW) e a de Iranduba, 20 MW. A carga (consumo mais perdas) do sistema está estimada em 293 MW em 2019. As outras usinas que ali operam geram 277 MW, portanto a retirada das duas previstas para serem desligadas comprometeria o abastecimento local. O mesmo estudo do ONS também aponta a necessidade de converter as usinas térmicas que geram com combustível óleo diesel para gás natural.
A Eletrobras Amazonas Geração e Transmissão reconhece que as usinas de Flores e Iranduba operam provisoriamente por determinação do Ministério de Minas e Energia (MME) conforme a decisão emanada na Portaria n; 492/2018, sendo que sua operação deverá cessar após a implantação do quarto transformador de potência na subestação Manaus, cuja previsão inicial era a data de 31 de março de 2019.
;Em razão do deslocamento do prazo de conclusão da implantação deste transformador para o final de abril, a Amazonas GT manterá a operação das usinas Flores e Iranduba até a plena operação do referido equipamento, ou seja, não finalizará a operação das mesmas no próximo domingo;, garantiu, por meio de nota. A empresa destacou que a implantação desse transformador proporcionará maior confiabilidade de geração à cidade de Manaus, por meio do acréscimo de mais energia ao sistema.
;O equipamento tem como função transformar a energia proveniente do Linhão de Tucuruí para atendimento da cidade de Manaus. Por este motivo, a desativação das UTEs Flores e Iranduba não ocasionará risco de apagão no curto prazo, no aspecto de geração sob a responsabilidade da Amazonas GT;, explicou.
Sobre o uso de óleo diesel, a Amazonas GT informou que, além de Flores e Iranduba, não possui termelétricas operando com o combustível, mas somente usinas que operam com gás natural. ;A contratação provisória de usinas a óleo diesel, que representam um alto custo de geração, somente ocorreu em função da determinação do poder concedente (MME), devido seu curto prazo de mobilização e operação em caráter provisório.;
Como a contratação de geração adicional somente pode ser realizada através de mecanismos determinados pelo MME, a ;Amazonas GT aguarda decisão do poder concedente para realizar contratação adicional de geração ou ampliar seu parque gerador, caso haja necessidade;.
Confiabilidade
Procurado, o ONS informou que as usinas de Flores e Iranduba tiveram seu contratos prorrogados, condicionando a retirada à entrada em operação do quarto transformador de Manaus. ;A previsão é de que o equipamento esteja disponível no dia 28 de abril e, por isso, as usinas em questão tiveram seu contrato prorrogado até essa data, com possibilidade de nova prorrogação;, explicou. ;Sem o transformador, as usinas não sairão de operação;, reforçou.
;Com relação à ciência da Amazonas GT sobre a troca de abastecimento de óleo por gás natural, informamos que o assunto tem sido amplamente discutido com todos os agentes envolvidos do setor;, afirmou, em nota. ;Os estudos elaborados pelo ONS indicam quais as obras e quais usinas são necessárias para garantir aos consumidores de Manaus o mesmo nível de confiabilidade dos demais consumidores do país. Esses cronogramas são continuamente reavaliados em função de novas informações de carga e configuração de rede;, acrescentou o ONS.