Economia

Abastecimento de energia em Manaus depende de usinas que serão desativadas

Estudo do ONS não recomenda desligamento de duas termelétricas, previstas para pararem de operar neste domingo, 31 de março. Eletrobras Amazonas garante que haverá prorrogação

Simone Kafruni
postado em 29/03/2019 17:31
Tesoura corta lâmpada incandescente

Abastecido por termelétricas, o subsistema de Manaus, responsável por grande parte da energia consumida na capital do Amazonas e na região metropolitana, pode estar em risco. Duas usinas térmicas, Flores e Iranduba, estavam previstas para parar de operar no domingo (31/3), quando um quarto transformador seria adicionado ao sistema. No entanto, o equipamento não ficou pronto e só deve entrar em operação no fim de abril.

Estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra a necessidade de manter as duas usinas em operações, sob pena de colapso no abastecimento de energia elétrica em Manaus. A usina de Flores gera 80 megawatts (MW) e a de Iranduba, 20 MW. A carga (consumo mais perdas) do sistema está estimada em 293 MW em 2019. As outras usinas que ali operam geram 277 MW, portanto a retirada das duas previstas para serem desligadas comprometeria o abastecimento local. O mesmo estudo do ONS também aponta a necessidade de converter as usinas térmicas que geram com combustível óleo diesel para gás natural.

A Eletrobras Amazonas Geração e Transmissão reconhece que as usinas de Flores e Iranduba operam provisoriamente por determinação do Ministério de Minas e Energia (MME) conforme a decisão emanada na Portaria n; 492/2018, sendo que sua operação deverá cessar após a implantação do quarto transformador de potência na subestação Manaus, cuja previsão inicial era a data de 31 de março de 2019.

;Em razão do deslocamento do prazo de conclusão da implantação deste transformador para o final de abril, a Amazonas GT manterá a operação das usinas Flores e Iranduba até a plena operação do referido equipamento, ou seja, não finalizará a operação das mesmas no próximo domingo;, garantiu, por meio de nota. A empresa destacou que a implantação desse transformador proporcionará maior confiabilidade de geração à cidade de Manaus, por meio do acréscimo de mais energia ao sistema.

;O equipamento tem como função transformar a energia proveniente do Linhão de Tucuruí para atendimento da cidade de Manaus. Por este motivo, a desativação das UTEs Flores e Iranduba não ocasionará risco de apagão no curto prazo, no aspecto de geração sob a responsabilidade da Amazonas GT;, explicou.

Sobre o uso de óleo diesel, a Amazonas GT informou que, além de Flores e Iranduba, não possui termelétricas operando com o combustível, mas somente usinas que operam com gás natural. ;A contratação provisória de usinas a óleo diesel, que representam um alto custo de geração, somente ocorreu em função da determinação do poder concedente (MME), devido seu curto prazo de mobilização e operação em caráter provisório.;

Como a contratação de geração adicional somente pode ser realizada através de mecanismos determinados pelo MME, a ;Amazonas GT aguarda decisão do poder concedente para realizar contratação adicional de geração ou ampliar seu parque gerador, caso haja necessidade;.

Confiabilidade
Procurado, o ONS informou que as usinas de Flores e Iranduba tiveram seu contratos prorrogados, condicionando a retirada à entrada em operação do quarto transformador de Manaus. ;A previsão é de que o equipamento esteja disponível no dia 28 de abril e, por isso, as usinas em questão tiveram seu contrato prorrogado até essa data, com possibilidade de nova prorrogação;, explicou. ;Sem o transformador, as usinas não sairão de operação;, reforçou.

;Com relação à ciência da Amazonas GT sobre a troca de abastecimento de óleo por gás natural, informamos que o assunto tem sido amplamente discutido com todos os agentes envolvidos do setor;, afirmou, em nota. ;Os estudos elaborados pelo ONS indicam quais as obras e quais usinas são necessárias para garantir aos consumidores de Manaus o mesmo nível de confiabilidade dos demais consumidores do país. Esses cronogramas são continuamente reavaliados em função de novas informações de carga e configuração de rede;, acrescentou o ONS.

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